Dia Mundial do Meio Ambiente: a saúde do planeta e a da humanidade estão interligadas

No dia 5 de junho, o mundo celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972 com o objetivo de promover a conscientização e a ação global em prol da proteção do meio ambiente. A celebração é um lembrete da necessidade urgente de ação coordenada para mitigar as mudanças climáticas e proteger a saúde humana.

A causa do meio ambiente se torna ainda mais urgente recentemente devido à crescente frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas severas e enchentes devastadoras, que têm causado impactos significativos. Face a este cenário, a relação entre meio ambiente e saúde não pode ser ignorada. A proteção ao meio ambiente é, essencialmente, a proteção à vida humana.

A saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde do meio ambiente. Ar puro, água limpa, solo fértil e clima estável são essenciais para a manutenção da vida. No entanto, a degradação ambiental e as mudanças climáticas têm desafiado esses pilares fundamentais.

A poluição do ar é uma das principais preocupações ambientais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 pessoas respiram ar contendo altos níveis de poluentes. A exposição prolongada a esses poluentes pode causar doenças respiratórias, cardiovasculares e até câncer. Em 2024, diversas cidades ao redor do mundo têm registrado índices de qualidade do ar alarmantes, exacerbados por incêndios florestais e emissões industriais.

A escassez de água potável e a contaminação de fontes hídricas são outros problemas críticos. O aumento da temperatura terrestre e padrões de precipitação irregulares estão tornando o acesso a água limpa mais difícil, especialmente em regiões vulneráveis. A OMS alerta que mais de 2 bilhões de pessoas vivem em áreas com escassez de água, o que eleva o risco de doenças como cólera e disenteria.

Outra preocupação relacionada ao clima é a segurança alimentar da população mundial. Diretamente afetada por mudanças como secas prolongadas e eventos climáticos extremos, a produtividade agrícola pode diminuir, resultando em insegurança alimentar e desnutrição. O recente aumento dos preços dos alimentos tem sido atribuído a colheitas fracassadas em várias partes do mundo, desde a América Latina até a África e a Ásia.

Eventos climáticos extremos e seus efeitos na saúde

Além das questões relacionadas acima, os eventos climáticos extremos, que têm se tornado mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas, estão causando uma série de emergências de saúde pública. Ondas de calor, como as registradas na Europa e na América do Norte em 2023, têm levado a um aumento nas hospitalizações e mortes por desidratação, insolação e exacerbação de condições crônicas como doenças cardíacas.

Precipitações exacerbadas e enchentes severas, como as que afetaram partes da Ásia e da América do Sul recentemente, têm consequências devastadoras para a saúde pública. Além das mortes e ferimentos imediatos, há um aumento no risco de doenças transmitidas pela água e pelos vetores, como a leptospirose e a dengue. O efeito contrário, como secas intensas, observadas em regiões da África e da Arábia, também são extremamente prejudiciais, afetando milhões de pessoas, causando falta de água potável e colapsos na produção agrícola.

Restauração do ecossistema é foco do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2024

Em 2024 a Arábia Saudita será o anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, a celebração terá foco na restauração de terras e ecossistemas, com resiliência à seca e à desertificação. O ano marca também o 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

De acordo com a congregação, até 40% das terras do planeta estão degradadas, afetando diretamente metade da população mundial e ameaçando cerca de metade do PIB global. O número e a duração das secas aumentaram em 29% desde 2000 e, sem uma ação urgente, as secas podem afetar mais de três quartos da população mundial até 2050.

A restauração de terras é um pilar fundamental da Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas (2021-2030), um apelo para a proteção e a revitalização de ecossistemas em todo o mundo, o que é fundamental para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em todos os anos, o Dia Mundial do Meio Ambiente deve servir como um catalisador para ações que garantam um futuro sustentável e saudável para a humanidade. Políticas ambientais mais rigorosas, investimentos em energias renováveis e iniciativas de conservação são cruciais.