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25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental inova com Mostra Fiocruz


19/06/2024

Suzane Durães (Coordenação de Ambiente - VPAAPS/Fiocruz)

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Foto: Vinícius Schmidt / Fica

Mais de 45 mil pessoas participaram do 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), um dos mais importantes festivais de cinema ambiental do mundo, e esse ano contou com atividades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O evento foi realizado de 11 a 16 de junho, na cidade de Goiás, com o tema “Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas”.

Pela primeira vez o Fica abrigou a Mostra Fiocruz e o Cinema Indígena e Povos Tradicionais, além de exibições de Embaixadas e de outras instituições. “A parceria com a Fiocruz é fundamental para que o festival siga se mantendo relevante, crescendo e cumprindo sua missão”, disse o diretor de Programação do Festival, Pedro Novais, ao agradecer a participação da Fiocruz durante o evento.

Durante três manhãs, a Mostra Fiocruz exibiu 12 horas de filmes produzidos por diversas áreas da instituição e com foco em saúde e ambiente. No total foram 19 filmes exibidos na Casa de Memória do Judiciário. A curadoria foi da superintendente do Canal Saúde da Fiocruz, Marcia Correia e Castro. Com público diverso, a mostra reuniu dezenas de estudantes, professores, pesquisadores e o público em geral. 

Dois dos documentários apresentados foram dirigidos pelo pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Andre Monteiro, que também participou como jurado do festival. Os filmes ressaltam a violência sofrida pelas comunidades tradicionais que são afetadas pelo agronegócio.  

Foto: Vinícius Schmidt / Fica

Moradora de Barra do Garças, no Mato Grosso, a professora de história, Michele Salete Reis, escolheu a Mostra Fiocruz para levar seus alunos do segundo ano do ensino médio. Ela contou que não foi fácil chegar até a cidade, pois com a falta de recursos financeiros tiveram que fazer vaquinha para custear o transporte, estadia e participar de dois dias do evento. 

Segundo a professora, a abordagem dos filmes da Fiocruz despertou sua atenção. “Na nossa cidade temos o rio Araguaia que a cada ano tem diminuído seu fluxo de água e por isso, trouxe os estudantes para acompanhar a exibição dos filmes que abordam essa temática e a dos povos indígenas”, disse a professora que participou do terceiro dia da mostra junto com os vinte estudantes.

A participação das escolas e da academia não apenas amplia o alcance do festival, mas também capacita os estudantes tanto do ensino médio quanto graduando e pós-graduandos a refletirem criticamente sobre problemas ambientais globais. 

“Fizemos esse ano o maior Festival. Tivemos o maior número de inscritos e representatividade de mais de 70 países. Conseguimos colocar os braços da universidade junto com o governo para levar o Fica para o Brasil e para o mundo, já que é um festival internacional”, ressaltou a pró-reitora da Universidade Federal de Goiás, Luana Ribeiro.

Luana também lembrou a primeira participação da Fiocruz, em 2023, quando foi exibido o filme Saúde & Alegria e ressaltou o avanço da parceria nesta 25ª edição com a Mostra Fiocruz. 

O coordenador de Saúde e Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), Guilherme Franco Netto, entende que a relação entre saúde e ambiente é intrínseca e essencial. “Não vivemos sem água, sem solo saudável, ar de boa qualidade, e esse debate e ação do Fica são fundamentais. A Fiocruz entende que essa integração é muito importante para a valorização da democracia no Brasil e dos espaços públicos em que a sociedade pode se expressar da melhor maneira possível”, explica o coordenador durante a participação no evento.

A Mostra Fiocruz também exibiu o inédito documentário “Ecocídio no Cerrado”, que conta a história da comunidade fixada há mais de cem anos no território quilombola de Cocalinho e Guerreiro, em Parnarama, no Maranhão. A equipe que produziu o documentário coordenado pela jornalista do Canal Saúde, Yasmine Saboya, participou da exibição. 

Foto: Vinícius Schmidt / Fica

O filme revela uma realidade muito brasileira: os conflitos pela terra em regiões cercadas pelo agronegócio. A partir do relato de moradores, o documentário revela um modo de vida ancestral ameaçado pelo uso massivo de agrotóxicos e a luta da comunidade pela proteção do território.

Dentro do Fica, a Fiocruz também coordenou o painel "Mudança do Clima e Saúde: desafios e oportunidades em Tecnologia e Inovação" e participou com cinco jurados da Mostra Washington Novaes. 

Com vasta programação gratuita, durante seis dias de evento, foram exibidos mais de 100 filmes em quatro mostras competitivas e sessões especiais, 40 painéis e debates, seis conferências, 20 shows, dezenas de apresentações artísticas, 18 oficinas e minicursos, três exposições e ações voltadas à sustentabilidade.

O Fica é promovido pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).


Saiba mais sobre o 25° Fica

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