IFF/Fiocruz celebra a III Semana da Enfermagem

Com o tema honrando o legado, criando o futuro, a equipe de Enfermagem do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em parceira com o Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz); Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz); Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Fiocruz), realizaram, no dia 15/5, no salão nobre da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais uma edição da jornada comemorativa pelo Dia da Enfermagem, celebrado em 12/5.

Responsável por conduzir o evento, a enfermeira e coordenadora de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, Patrícia Marques, falou sobre as perspectivas da Enfermagem e a sua atuação promissora no mercado. “Com o avanço da tecnologia, o escopo da profissão vem expandindo com novas opções de trabalho e setores de atuação. O novo cenário destaca outras dimensões de carreiras, incluindo gestão, liderança e pesquisa científica. Neste sentido, é importante frisar que já chegamos a conquistas significativas, por exemplo, a implantação do Piso Salarial, melhores condições de trabalho, entre outras iniciativas. Estamos em todas as instituições de saúde, somos essenciais e indispensáveis para um bom desfecho em saúde”, comentou Patrícia.

Representantes da Presidência da Fiocruz; Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN); Farmanguinhos/Fiocruz; INI/Fiocruz; Ensp/Fiocruz e Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro prestigiaram o evento de abertura. A cerimônia foi iniciada com a Passagem da Lâmpada, presidida pela enfermeira e pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Marismary Horsth de Seta. O ritual marca um momento de integração, reflexão e renovação dos princípios fundamentais da Enfermagem. O resgate da história, que começou no século XIX, com a enfermeira Florence Nightingale.

Representantes de diversas unidades da Fiocruz prestigiaram o evento (Foto: Bruno Guimarães)

Na oportunidade, o presidente da Fiocruz, Mário Moreira, cumprimentou e parabenizou os profissionais pelo dia e mencionou o compromisso da Fiocruz com uma categoria que tem significativa relevância para o cuidado assistencial, pesquisa e ciência. “É importante frisar que a nossa luta não é somente por salários, é uma busca diária por estruturação da carreira. Estamos trabalhando um redesenho da profissão, que reflita a possibilidade de desenvolvimento de trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz”, mencionou. “Sabemos da nossa importância e do nosso protagonismo, vamos além da nossa centralidade e desempenhamos papéis que ultrapassam os muros assistências. A Enfermagem é, também, acalento, responsabilidade social e segurança para todos”, complementou o diretor Executivo da Fiocruz, Juliano de Carvalho Lima.

Na sequência, a coordenadora de Saúde dos Trabalhadores da Fiocruz, Marisa Augusta de Oliveira, falou das ações que a Fiocruz vem desenvolvendo em prol da saúde dos trabalhadores, sobretudo, do corpo de Enfermagem que representa uma categoria robusta na Fundação. “Esses movimentos promovidos pela Fiocruz são importantes para dar concretude às nossas pautas, nossas agendas. Queremos mais do que palmas, mais do que ‘muito obrigada’, queremos condições dignas de trabalho”, pontuou Marisa.

A diretora de Articulação Regional da Asfoc-SN, Lucilene Freitas, também mencionou essas ações como um ponto de partida para o fortalecimento da categoria: “Precisamos nos fortalecer, consolidar a nossa instituição, para que estejamos, cada vez mais, em espaços de tomada de decisões, em cenários de produções científicas e empoderamento da nossa profissão”.

Para o coordenador do Departamento de Gestão em Saúde do Trabalhador de Farmanguinhos, Vladimir Gonçalves, o evento celebrou uma categoria profissional de fundamental importância para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Sem os enfermeiros, o SUS não sobrevive. A Enfermagem representa um legado para a saúde pública brasileira. O conhecimento, a doação, a atuação de cada trabalhador representam o legado da Fiocruz e a sua atuação para a sociedade”. O vice-diretor de Ensino e membro do Comitê de Ética em Pesquisa do INI/Fiocruz, Mauro Brandão, reiterou, “a Enfermagem é uma espécie de coração da saúde como um todo”.

Formado por 489 profissionais, predominantemente, feminina, o corpo de Enfermagem do IFF/Fiocruz está em todos os espaços de decisões. “Potente, plural, colorido e engajado, a Enfermagem do IFF está presente em todas as instâncias gestoras, pois não basta estar na linha de frente, é preciso estar em todos os espaços decisórios de atuação”, enfatizou a diretora substituta e coordenadora de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, Lívia Menezes.

A Enfermagem representa 68,3% de toda a corporação de saúde, não só no estado do Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Para a presidente do Coren-RJ, Lilian Bhering, a profissão precisa romper alguns paradigmas com relação a atuação da mulher na categoria. “Somos 73% de mulheres e, por muito tempo, por conta da nossa delicadeza e elegância, fomos confundidas enquanto uma profissão que é feita por amor. Precisamos parar de romantizar esse cuidado pautado no amor. Cuidado tem a ver com profissionalismo, precisamos estudar muito para executar as nossas ações na saúde e garantir uma assistência pautada na excelência do cuidado”, destacou. “Sim, precisamos qualificar esse cuidado, pois ele é a base propulsora da nossa profissão. Ele está e sempre estará presente em cada acolhimento, em cada atendimento”, concluiu a vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano Prates.

Inovação, tecnologia e liderança no século XXI

Mediada pela enfermeira e pesquisadora do IFF/Fiocruz, Adriana Reis, o segundo momento do evento contou com uma palestra intitulada: Desbravando os horizontes da enfermagem – Inovação, tecnologia e liderança no século XXI, presidida pela pesquisadora e docente da Universidade Federal Fluminense (UFF), Beatriz Guitton Renaud e pela enfermeira e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Aparecida de Luca Nascimento.

A professora Beatriz trouxe uma breve abordagem sobre o conceito de inovação, tecnologia e liderança no campo da Enfermagem. Segundo a pesquisadora, as ideias norteiam as invenções e inovações, é preciso que as instituições valorizem políticas e ações voltadas para este campo. “É importante que tenhamos, dentro das organizações, escritórios que deem suporte para falar sobre essas possibilidades de inovação. Nem sempre a ideia nasce pronta, no decorrer do processo, ela pode sofrer modificações, ser lapidada e modificada para chegar no produto final”, enfatizou.  

Já a professora Maria Aparecida trouxe o conceito de inovação a partir das atividades diárias da Enfermagem na Neonatologia. De acordo com a pesquisadora, as produções científicas que tratam, por exemplo, da criação de vários artefatos concebidos para o cotidiano da prática do cuidado provam que lidamos, durante todo o tempo, com os mais diferentes tipos de tecnologias. “Sendo assim, consideramos que todas essas produções emergiram do ato de cuidar, estando elas, intrinsecamente ligadas ao ato de fazer, demonstrando toda a cientificidade que há nesta prática cotidiana da equipe de Enfermagem”, finalizou a professora.

A cerimônia do primeiro dia contou ainda com a realização de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) oferecidas aos participantes (Foto: Bruno Guimarães). A iniciativa teve como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade.

Além disso, stands de tecnologia do cuidado estavam dispostos na busca de atualização, inovação, integralidade e diversidade. Neste espaço, estavam presentes, a Mary kay, com iniciativas de beleza, reforçando a autoimagem e autoestima das participantes; a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do IFF/Fiocruz, com gincana de conhecimentos; Inclusão na Fiocruz (cartilhas e materiais na perspectiva do cuidado inclusivo, também em literatura de cordel); biodiversidade e sustentabilidade com exposição sobre compostagem; e por fim, o cuidado de Enfermagem frente ao aleitamento materno, apresentado pela Banco de Leite Humano (BLH) do IFF/Fiocruz. 

Profissionais de Enfermagem de diversas unidades da Fiocruz participaram do evento Foto: Bruno Guimarães)

O evento foi trazido em libras e transmitido em tempo real através do YouTube do INI/Fiocruz.