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Fiocruz e MAB realizam II Seminário Nacional Saúde, Água, Energia e Ambiente 


23/05/2024

Suzane Durães (Coordenação de Ambiente - VPAAPS/Fiocruz)

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Fotos; MAB

Com a presença de atingidos e atingidas por barragens de todo o Brasil começou, na quarta-feira (22), em Brasília, o “II Seminário Saúde, Água, Energia e Ambiente – a organização das populações atingidas por barragens na promoção do direito a territórios saudáveis e sustentáveis”.

O evento é realizado no contexto da cooperação técnica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O objetivo é promover o fortalecimento dos coletivos de saúde do MAB na perspectiva da garantia do direito à saúde e territórios saudáveis e sustentáveis, visando o fomento e elaboração de políticas públicas. Essa parceria já produziu um resumo executivo sobre a fase I e o relatório final do projeto. 

O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), Hermano de Castro; a coordenadora nacional do MAB, Liciane Adrioli; o representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Roberto Portela; o assessor especial da ministra da Saúde, Valcler Rangel; e o representante da diretoria da Fiocruz Brasil, Wagner Martins, participaram da primeira mesa do dia, no auditório da Fiocruz Brasília. Eles debateram a conjuntura brasileira, os desafios e os impactos na saúde da população dos atingidos e atingidas por barragens. A mesa foi coordenada pela assessora da Coordenação de Ambiente/VPAAPS, Gabriela Lobato e pelo coordenador nacional do MAB, Moisés Borges. 

Hermano ressaltou que este seminário é um retrato de uma cooperação com movimentos sociais que a Fiocruz sempre prezou. Também ressaltou a instalação de uma sala de situação da Fiocruz para apoiar as ações do Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde (MS) relativas ao desastre que afeta a região Sul. 

Essa atuação coordenada da Fiocruz visa contribuir com ações emergenciais e estruturantes no campo da Saúde, no médio e longo prazo, de forma articulada com o Ministério da Saúde e os governos locais, a partir das experiências acumuladas da instituição no enfrentamento a emergências e desastres, incluindo aqueles provocados pelo rompimento de barragens. “O desastre ambiental do Rio Grande do Sul ainda vai impactar a saúde durante muito tempo”, ressaltou.

A violação de direitos e os impactos da crise ambiental na vida das populações foram alguns dos pontos destacados por Liciane. “Temos visto o agravamento da violação dos direitos devido à crise climáticas, na qual a população mais vulnerável é a mais atingida. Nós do MAB estamos dentro desse processo e nesse último período temos atuado, além dos atingidos e atingidas por barragens, com as populações em área de risco”, disse Liciane.

Valcler destacou a reestruturação do Grupo da Terra que tem discutido temas estruturantes como a implantação de uma Política Nacional de Saúde dos Povos do Campo, Floresta e Águas. Segundo Valcler, o grupo também tem debatido a recuperação do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNRS), o desenvolvimento de projetos relacionados às plantas medicinais e outros.

Em seguida, atingidos do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, Rio Doce, Bahia e da Amazônia compartilharam alguns impactos na vida e saúde dos atingidos por crimes socioambientais, eventos extremos e barragens.

No período da tarde, a primeira mesa abordou a determinação social da saúde e a vigilância em saúde ambiental. Coordenada por Guilherme Franco Netto, da Coordenação de Ambiente da VPAAPS, a mesa contou com participação do pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Alexandre Pessoa; a pesquisadora da Fiocruz Rondônia, Najla Benevides; e a assessora da VPAAPS, Juliana Rulli.

Em sua fala, Guilherme incentivou o MAB a produzir uma cartografia social das águas. “O MAB conhece o ciclo das águas e podem contribuir com essa construção. Isso será um registro fundamental para a vigilância ambiental é de grande importância para o SUS. Também a possibilidade de trazer novos elementos para a determinação da saúde na perspectiva dos atingidos e atingidas por barragens”, ressaltou.

As experiências em Vigilância Popular em Saúde e como elas podem ajudar na formação dos coletivos de saúde do MAB foi o tema da segunda mesa, na qual participaram o pesquisador da Fiocruz Ceará, Fernando Carneiro e o pesquisador da Fiocruz Brasília, Jorge Machado.

Fernando falou sobre o guia “Vigia, Povo” que apresenta dez experiências em Vigilância Popular. Ele explicou que a Vigilância Popular em Saúde é baseada no protagonismo popular, que possui um processo de levantamento e produção de informações para a defesa da saúde e da vida. O pesquisador também sugeriu que o MAB elabore o seu próprio guia. 

O evento segue até o dia 23 de junho com oficinas de trabalho realizadas no Centro de Formação Vicente Cañas do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em Luziânia/GO.

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