10ª Conferência Global de Promoção da Saúde

Terminou hoje, 15/12/2021, a 10ª Conferência Global de Promoção da Saúde organizada pela Organização Mundial de Saúde, com o apoio dos Emirados Árabes Unidos. Considerando os desafios da pandemia de SARS-COV-2, a agudização dos problemas sociais, ambientais e econômicos e a aceleração dos processos de digitalização da vida, seu tema central foi: bem-estar, equidade e desenvolvimento sustentável.

Realizada virtualmente, a 10ª Conferência retomou o legado dos trinta e cinco anos da Carta de Ottawa e a consolidação das reflexões, políticas e iniciativas da Promoção da Saúde para pensar e apontar caminhos que fortaleçam a autonomia de sujeitos e comunidades na construção de políticas, sistemas de saúde e práticas que transformem efetivamente os processos de determinação social da saúde.

Representantes de governos, de instituições de ensino e pesquisa e da sociedade civil organizada de diferentes países ratificaram a urgência em que ultrapassemos os modelos organizativos setorializados, o falso antagonismo entre economia e saúde e a burocratização da ideia de participação social a fim de que possamos investir na redução das iniquidades. Assim, reforçou-se que é imprescindível que os Estados e as sociedades estejam comprometidos em reestruturar modos de produção, de consumo e de vida, pensando em alcançar as metas pactuadas na Agenda 2030.

Segundo a Coordenadora de Promoção da Saúde da VPAAPS/Fiocruz, Adriana Castro, que acompanhou a 10ª Conferência, “é importante enfatizar que os debates e reflexões produzidos remetem ao discurso de Sérgio Arouca na 8ª Conferência Nacional de Saúde, reafirmando que é impossível pensar em saúde e bem-estar sem que exista alimentação, moradia, educação, trabalho, renda, lazer e democracia. Ao mesmo tempo, é central compreender – como lembrou Profª Ilona Kickbusch, que empoderamento é sobre protagonismo político para lutar pela garantia de saúde, equidade e bem-estar, de modo que precisamos reforçar o trabalho com territórios e suas comunidades na produção de soluções”.

Compreendendo que investir em saúde é investir no bem-estar comum das pessoas, mereceram destaque no evento políticas de garantia de direitos humanos, de proteção social e de cobertura universal de sistemas de saúde, enfocando a necessidade da criação de ambientes sociais de segurança, cidadania e sustentabilidade. Nesse sentido, temas, análises e propostas relacionadas à mudança climática, saúde urbana, literacia em saúde e saúde mental estiveram presentes em quase todas as atividades.

“Precisamos destacar a força do Sistema Único de Saúde quando acompanhamos os debates internacionais e também reconhecer que há que se estar ‘atento e forte’ para defende-lo e fazê-lo avançar... Especialmente, quanto à promoção da saúde que precisa investir muito mais em agendas intersetoriais, interseccionais e coletivas.” – concluiu Adriana.

Veja a Carta de Genebra