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Radar Covid-19 Favela traz especial ‘Maternidades e juventudes entre lutos e lutas pela vida’


11/06/2021

Por: Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Fiocruz)

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Radar Coovid-19 favela - edição 10
A décima edição do Radar Covid-19 Favela traz especial com textos sobre direito à vida, sobre a violência de Estado em favelas, depoimentos das mães e familiares de vítimas assassinadas durante operações policiais e a luta diária por justiça. 

A seção Megafone traz dados do Painel Unificador das Favelas que, em 9 de junho de 2021, registrou 5.167 óbitos e 63.628 casos confirmados de Covid-19 nas favelas do Rio de Janeiro. A jovem Kathlen, de 24 anos e grávida de três meses, foi baleada em meio a uma ação policial em Lins de Vasconcelos; segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, nos últimos cinco anos, 15 grávidas foram baleadas no Grande Rio. A seção também informa sobre aumento de casos de Covid, óbitos, fome e procura por atendimento psicológico na comunidade do Catiri, localizada em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O cenário de pandemia e desemprego e agravamento da fome e desnutrição na favela do Jacarezinho devido às altas do preço dos alimentos também é tematizado. 

O Especial Maternidades e juventudes entre lutos e lutas pela vida apresenta o depoimento “Não queremos morrer nem de bala, nem de Covid. Só queremos viver!”, de Bruna Silva, moradora da Maré e mãe de Marcus Vinicius, assassinado enquanto usava seu uniforme escolar durante uma operação ilegal no território da Maré. Dalva Correa, militante da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, denuncia a violação de direitos no texto “Os impactos da pandemia na vida dos moradores de favela e familiares de vítimas da violência do Estado no isolamento social”. A autora também presta solidariedade às mães do Jacarezinho, às esposas que perderam seus maridos e filhos que perderam seus pais. 

O texto “Mães em luta por justiça e pela vida” é de autoria de Claudia Rose Ribeiro da Silva, do Museu da Maré e diretora do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm). O museu prestou homenagem aos movimentos de mães e familiares das vítimas da violência produzida direta e indiretamente pelo Estado e seus agentes no dia 14 de maio. Encerrando o Especial da edição, a Coordenadora Executiva do NICA Jacarezinho, Bianca Peçanha, assina o texto “A juventude negra quer sonhar, mas para isso precisamos estar vivos”. 

Em O que tá pegando nas favelas?, o texto “Mortos em seus direitos”, de João Luis Silva, voluntário da Ong Rio de Paz, denuncia a dificuldade de famílias para remoção dos corpos de vítimas da pandemia nas favelas. A 3ª Conferência Livre de Saúde em Manguinhos também é pauta dessa seção e terá como tema: “Por políticas públicas saudáveis e sustentáveis”. O evento ocorrerá no mês de julho e abordará questões como a precarização das relações de trabalho; como o desmonte das políticas de seguridade social e educação contribuem no processo de adoecimento da população; saneamento; violências e saúde, entre outros.

A seção também conta com o texto de Gilmara Cunha, Diretora Executiva do Grupo Conexão G, sobre as ações realizadas pela organização durante a pandemia. O texto “Desigualdades e impactos da pandemia na população LGBTQI+ favelada” também evidencia as desigualdades que atingem o segmento LGBTQI+ nos territórios populares. 

A seção Debates apresenta o texto de autoria do Grupo de Pesquisa “Futuros da Proteção Social”, do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, que destaca os recordes de desemprego, aumento da fome, da extrema pobreza e acirramento das desigualdades sociais do país. A assistente social e participante do Fórum Favela Universidade, Sofia Barreto, aborda os impactos do fechamento da UFRJ para a juventude pobre e favelada que luta pelo acesso às universidades públicas no texto “O impacto do fechamento da ufrj na saúde da juventude”. 

O informativo abre a seção Movimentos sociais com o texto “Por um plano diretor popular: queremos moradia digna, vacina, emprego e comida no prato” do Conselho Popular do Rio de Janeiro. Nele, o conselho traz a discussão sobre o aumento da pobreza urbana nas ruas da cidade e a vacina como principal recurso nacional para redução dos diferentes impactos da Covid-19.

O Radar Covid-19 Favela usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail radar.covid19@fiocruz.br. O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro e podem ser acessados na página do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

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