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Publicação da Fiocruz apresenta resultados de pesquisa nacional sobre agroecologia e saúde nas cidades


05/12/2023

Angélica Almeida (Agenda de Agroecologia/VPAAPS)

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Foto: Gutemberg Brito (VPAAPS/Fiocruz)

Para contribuir com o avanço científico sobre a agricultura urbana, a Agenda de Saúde e Agroecologia, vinculada à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), e o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana da Articulação Nacional de Agroecologia (CNAU/ANA) desenvolveram nos últimos dois anos uma investigação nacional sobre o tema.

Como um dos frutos deste esforço de pesquisa, foi lançada na última terça-feira (21/11), durante o 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia, a publicação “Agriculturas urbanas agroecológicas e promoção da saúde: fortalecendo diálogos, memórias e redes”.

Acesse a publicação: https://bit.ly/3MNoc79 

Uma das coordenadoras do projeto e organizadora da obra, Lorena Portela, destaca que dar ampla visibilidade a “processos vivos nos territórios, que persistem por meio da sociedade civil organizada, evidenciando a relação com as políticas públicas e com a produção de conhecimentos” é uma das finalidades centrais da publicação.

Para isso, o estudo refletiu sobre memórias e mapeamentos nacionais e regionais, considerando a atuação de redes e de iniciativas de agricultura urbana nas Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), bem como nos municípios de São Paulo (SP) e Florianópolis (SC).

Jackline Gomes, articuladora territorial na Região Metropolitana de Recife, avalia que “foi um trabalho de formiguinha” muito importante construir a memória com as mulheres. “É um prazer mostrar o que as mulheres vêm fazendo em seus territórios, porque são elas que colocam a agricultura urbana para frente”, disse, destacando o levantamento de marcos relacionados a gênero e raça no território. 

O pioneirismo na construção de iniciativas de cuidado com a saúde, a exemplo do trabalho histórico do Centro Nordestino de Medicina Popular com as Farmácias Vivas, foi outra ênfase trazida pela articuladora. O contexto pandêmico trouxe  grandes desafios para as comunidades, mas também impulsionou a expansão de hortas e quintais produtivos, como parte da construção de soluções com base nos territórios. “São muitos grupos que nascem neste período, trazendo suas diversidades e contextos diferentes”, ela conta.

De forma geral, a publicação evidencia como a agroecologia no contexto urbano contribui para a promoção da saúde da população, com benefícios que envolvem, entre outras questões, a autonomia alimentar, alimentação saudável, o saneamento e a qualidade do ambiente. Também faz uma análise transversal e introdutória para as dimensões de gênero e raça, discutindo o protagonismo histórico das mulheres, dos grupos populares, das populações negras e dos povos tradicionais nas práticas de cuidado com o comum.

 

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