13/10/2022
Suely Amarante (IFF/Fiocruz)
Em outubro de 2017, entrava no ar o Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, de acesso livre e gratuito e integrado por instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil. O Portal, que está celebrando cinco anos de existência, foi criado pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) visando fortalecer sua atuação nacional no âmbito da difusão de conhecimentos para a implantação de políticas e programas de saúde, baseados no cenário demográfico e epidemiológico e na melhor evidência científica disponível.
Neste mês, cinco anos após a sua criação, o Portal já conta com mais de quatro milhões de acessos em todo o mundo e mais de 30 mil usuários cadastrados, que acessam conteúdos especializados e multiprofissional. Atingindo, atualmente, 252 mil visitantes/mês, distribuídos nos 27 estados brasileiros, essa importante estratégia de disseminação do conhecimento, única no seu segmento em âmbito nacional, tem permitido a melhoria do cuidado, sendo reconhecida por profissionais e gestores do Ministério da Saúde (MS) e de secretarias municipais e estaduais de saúde de todo o país.
“É com muita honra que participo desse Portal desde o início, ele faz um trabalho brilhante de difundir conhecimento de boa qualidade em todos os cantos do país. Eu sei de muitos profissionais que utilizam o Portal para melhorar a qualidade do cuidado e para consultar determinadas condutas”, destacou o neonatologista e professor da McGill University Health Center, Guilherme Mendes Sant'Anna.
A pediatra neonatologista e coordenadora da Unidade Neonatal do Hospital Regional Materno Infantil de Imperatriz do Maranhã, Tania Mara, aproveitou a oportunidade da celebração para agradecer aos ensinamentos adquiridos por meio do Portal. “O Portal é sinônimo de conhecimento, solidariedade, companheirismo, parceria e gratidão. Ao longo desses cinco anos, ele nos alicerçou através das evidências científicas, aulas, treinamentos e cursos para melhorar nossas práticas, contribuindo, significativamente, para o aprimoramento da qualidade da assistência neonatal”.
“A construção de uma grade de instituições para garantir parto e nascimento seguros é um desafio para o sistema de saúde, em especial, na nossa realidade, na qual convivemos por um lado com muitas instituições que têm um pequeno volume de ocorrências e, por outro, algumas instituições com um número muito elevado. A análise apresentada pelo IFF/Fiocruz na web conferência: “Volume de nascimentos e mortalidade materna no Brasil” e disponível no Portal é uma importante ferramenta a ser considerada nesta construção e permite tomadas de decisões mais consistentes e justificadas”, complementou a médica obstetra da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, Regina Aguiar.
Como importante e segura fonte de informação e conhecimento no aprimoramento do cuidado a mulheres, recém-nascidos e crianças, o Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz tem sido uma poderosa vacina no combate às fake news. “Ao longo desses cinco anos, o Portal tem sido reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde como uma ferramenta confiável e que apoia todos os esforços do nosso país na melhoria da prática clínica. Produzimos conteúdo baseados nas melhores evidências científicas e totalmente direcionado aos profissionais que atuam na atenção primária, em hospitais e em maternidades de todos os cantos do Brasil”, enfatizou a médica, pesquisadora e coordenadora do Portal, Maria Gomes.
Ainda como um recurso estratégico na disseminação do conhecimento, a professora da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Andreza Pereira Rodrigues, comemora a existência do Portal. “É uma alegria ter visto nascer e hoje ver crescer o Portal de Boas Práticas, uma estratégia que concretiza um dos maiores desafios da assistência: aproximar as práticas da melhor evidência científica. Como professora universitária em diferentes níveis de formação – graduação, residência e pós-graduação, vejo o portal com grande potencial de qualificar a formação e os hábitos de estudo dos profissionais, que passam a reconhecer nessa iniciativa um apoio para suas decisões no cotidiano do cuidado”, salientou.
Organizado em quatro eixos de atenção – Mulheres, Recém-Nascido, Criança e Adolescente, o Portal oferece conteúdo sistematizado por especialistas e disponível em diversos formatos, como apresentação de slides e vídeos curtos, todos com links para as referências citadas. Esse material é um orientador para as atividades de educação permanente e de formação profissional em diferentes unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para a revisão de processos clínicos norteados pelas boas práticas.
Em 2019, já reconhecido em todo o país, o Portal de Boas Práticas se configurou como um grande aliado na disseminação da informação de pandemia da Covid-19. Suas publicações são revisadas e elaboradas por um grupo de especialistas, sejam eles integrantes da coordenação de um eixo ou colaborador, profissionais de diferentes instituições, reconhecidos por sua experiência, excelência clínica e atuação em ensino e pesquisa.
Como órgão auxiliar do MS, o IFF/Fiocruz tem a missão de promover a saúde da mulher, da criança e do adolescente e fortalecer o SUS. Nesse sentido, o diretor do Instituto, Antônio Flávio Vitarelli Meirelles, defende que o Portal de Boas Práticas é uma inovação que se tornou importante veículo para informação qualificada e gratuita de profissionais que cuidam de mulheres e recém-nascidos em qualquer parte do Brasil e até no exterior. “Esse valor deve ser reforçado e qualificado cada vez mais, para que a disseminação de conteúdo de qualidade alcance o maior número de pessoas e, com isso, leve saúde de excelência à população brasileira e de outros países”, ressaltou Meirelles.
Maria Gomes, também destaca que o acesso ao conteúdo por usuários de todos os estados é o grande sinalizador de que o Portal possibilita uma atuação nacional do IFF que, dificilmente, seria alcançado sem uma ferramenta virtual. “Além disso, o fato de agregarmos especialistas e diferentes instituições de ensino, garantindo a excelência e adequação do conteúdo, corresponde também ao papel previsto para o Instituto de coordenar redes colaborativas em busca da melhoria da saúde de mulheres, crianças e adolescentes” conclui.