Organizadores: Ana Lúcia de Moura Pontes, Vanessa Hacon, Luiz Eloy Terena, Ricardo Ventura Santos
⭐ Livro finalista do prêmio ABEU 2023: categoria Ciências da Vida.
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Evidenciar o protagonismo indígena na formulação, na estruturação e na implementação da atual política de saúde indígena no Brasil. É com esse intuito que a Editora Fiocruz e a plataforma editorial PISEAGRAMA lançam Vozes Indígenas na Saúde: trajetórias, memórias e protagonismos.
Organizada por Ana Lúcia de Moura Pontes, Vanessa Hacon, Luiz Eloy Terena e Ricardo Ventura Santos, a coletânea compila relatos de 13 lideranças acerca de suas trajetórias de vida e de atuação no movimento indígena, com ênfase no campo da saúde.
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A obra foi produzida no âmbito do projeto de pesquisa "Saúde dos Povos Indígenas no Brasil: Perspectivas Históricas, Socioculturais e Políticas", realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). A equipe do projeto conduziu, em 2018 e 2019, entrevistas com diversas lideranças das regiões Norte e Nordeste, que participaram de eventos e espaços estruturantes da saúde indígena, como as Conferências Nacionais de Saúde Indígena e a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena, além da implementação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisis). "A coletânea mostra os desafios enfrentados pelos povos indígenas, tanto na criação de espaços de representação política quanto na ocupação desses espaços", afirma Ana Lúcia.
A sanitarista enfatiza que as narrativas apresentadas ao longo da obra mostram o surgimento do movimento indígena contemporâneo no Brasil, problematizando as relações com o Estado nacional e ampliando as discussões sobre as noções de territorialidade, identidade, cidadania, educação e saúde. As lideranças que compõem os depoimentos presentes no projeto são: Ailton Krenak; Zezinho Kaxarari; Chico Apurinã; Letícia Yawanawá; Carmem Pankararu; Lourenço Krikatí; Ivani Gomes Pankararu; Davi Kopenawa Yanomami; Álvaro Tukano; Iolanda Pereira Macuxi; Clóvis Ambrósio Wapichana; Jacir de Souza Macuxi e Megaron Txucarramãe Mebêngôkre.
Já o último texto da coletânea apresenta uma conversa com duas jovens e proeminentes lideranças da atualidade: Célia Xakriabá e Luiz Eloy Terena (um dos organizadores), que refletem sobre as narrativas históricas a partir de uma perspectiva contemporânea. Além disso, uma série de desenhos do artista visual Wapichana Gustavo Caboco atravessa as páginas do livro. As imagens de Caboco foram inspiradas pelas práticas de mulheres do povo Wapichana, que trafegam entre os mundos da medicina indígena e da biomedicina ocidental. Quem assina a orelha é Joenia Wapichana, advogada formada pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e mestre em Direito pela Universidade do Arizona (Estados Unidos).
Sobre as organizadoras e os organizadores
Médica sanitarista, Ana Lúcia de Moura Pontes é doutora em Saúde Pública pela Ensp/Fiocruz, onde é também pesquisadora. É coautora de Atenção diferenciada: a formação técnica de agentes indígenas de saúde do Alto Rio Negro (2019) e Políticas Antes da Política de Saúde Indígena (2021), livros que integram, respectivamente, as coleções Fazer Saúde e Saúde dos Povos Indígenas da Editora Fiocruz. Atualmente coordena o Grupo Temático (GT) de Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Professora e pesquisadora, Vanessa Hacon é doutora em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atualmente encontra-se em estágio pós-doutoral no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB).
Advogado indígena do povo Terena, Luiz Eloy Terena é doutor em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ), com pós-doutorado em Antropologia na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris (França). Atua presentemente como Coordenador do Departamento Jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Graduado em Ciências Biológicas, Ricardo Ventura Santos é pesquisador titular da Ensp/Fiocruz e professor titular no Departamento de Antropologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ). É doutor em Antropologia pela Universidade de Indiana (EUA). É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), tendo sido o primeiro pesquisador da Fiocruz a ser eleito para a área das Ciências Sociais do órgão. É autor e organizador de diversos livros pela Editora Fiocruz, sendo Políticas Antes da Política de Saúde Indígena (2021) e Entre Demografia e Antropologia: povos indígenas no Brasil (2019) os mais recentes. É membro do GT de Saúde Indígena da Abrasco.
Disponível em acesso aberto no SciElo livros (digital)
ESGOTADO (impresso) | 382 páginas
Ver na Livraria Virtual (impresso)
Primeira edição: 2022
ISBN (impresso): 978-65-5708-131-0
Por outras histórias da saúde indígena
Ailton Krenak - Quando o povo indígena descobriu o Brasil
Zezinho Kaxarari - Não somos de ninguém
Chico Apurinã - Saúde é terra demarcada
Letícia Yawanawá - Conhecer as plantas, ouvir as mulheres
Carmem Pankararu - Somos filhos da terra
Lourenço Krikatí - Saúde é voltar a ter cultura
Ivani Gomes Pankararu - Valorizar o saber indígena
Davi Kopenawa Yanomami - O governo tem o dever de cuidar
Álvaro Tukano - Segurar a bandeira dos antepassados
Iolanda Pereira Macuxi - Lutar pelo que era nosso
Clóvis Ambrósio Wapichana - Em defesa da própria cultura
Jacir de Souza Macuxi - Seguimos nessa briga
Megaron Txucarramãe Mebêngôkre - Tem que chamar para participar
Célia Xakriabá e Luiz Eloy Terena - Herdamos a luta
Sobre as autoras e os autores
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