A pesquisadora Drª. Grasiele Nespoli contextualiza o surgimento da Educação Popular como um movimento social formado por coletivos e redes que se incorporam progressivamente ao sistema de saúde. Um campo fundamentado na concepção de Paulo Freire a partir de uma pedagogia crítica. A Educação Popular constitui-se como um campo de práticas e conhecimentos que se transforma em política nacional de saúde, articulada em princípios e diretrizes. A crítica de Paulo Freire ao que denomina de Educação Bancária - onde o educando é visto apenas como um depositário de conhecimentos - dá origem a uma perspectiva dialógica que reconhece o outro como sujeito de saber. Para isso a educação popular necessita se aproximar do universo cultural dos educandos, estimulá-los a problematizar sua realidade, sem considerá-la como dada. Parte do princípio da partilha de conhecimentos e da postura democrática seja na sala de aula, nos fóruns e coletivos, ou na luta política pela transformação do mundo. A Educação Popular trabalha na perspectiva da valorização das culturas tradicionais e suas práticas de cuidado, reconhecendo outras formas de entender a saúde, incluindo um conjunto extenso de saberes tradicionais e também a dimensão da espiritualidade. Resgata e valoriza saberes fora da medicina científica hegemônica, dialoga com conhecimento como a medicina indígena e homeopatia e de rezadeiras e benzedeiras. Ao recuperar a tradição traz novas práticas e novas questões para o SUS.

O Vídeo integra o site do Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial produto da pesquisa “Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na Estratégia de Saúde da Família" desenvolvida na EPSJV com o apoio do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde PMA/VPPCB/Fiocruz.