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O uso da categoria território na saúde

O uso da categoria território na saúde

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O professor e pesquisador Maurício Monken (EPSJV/ Fiocruz) aborda o conceito de território no contexto da geografia humana/ crítica, bem como sua apropriação e uso crescente na saúde. Ressalta que está havendo um retorno dessa categoria, motivado principalmente pelas questões ambientais no contexto da globalização. Aborda uma ambiguidade nessa dimensão local que, ao mesmo tempo, é afetada pela globalização e produz resistências a ela. Pensar o território implica considerar as relações de poder, os projetos de desenvolvimento e uso do espaço pelas diferentes forças envolvidas.

Afirma a complexidade da noção de território considerando que não são mais confinados em pequenos espaços, e sim conectados com o mundo. Explica que a geografia se divide em dois campos: a geografia física, que estuda os fenômenos da natureza em sua dimensão físico/ geográficos, e a geografia humana, que se dedica aos contextos sociais e humanos. A geografia da saúde, por sua vez, é uma área que vem crescendo muito e se dedica ao estudo dos determinantes sociais da saúde nos territórios. A geografia tem influência através de suas várias categorias nos movimentos sociais e lutas identitárias de resistência.

Para o pesquisador, espaço geográfico, território, lugar, região, escala são categorias com uso cada vez mais ampliado na saúde. Diferencia o que seria as regras jurídicas que regem o território e as regras cotidianas, não escritas, baseadas em valores e códigos locais. São regras superpostas no espaço e que trazem uma variedade de tipos de apropriação pelos diversos atores sociais. Aborda a dimensão do território como produtor de um pacto social. Aponta duas formas de uso do território na saúde: uma para organizar práticas de gestão político/administrativas e outra para reconhecer as condições de vida e saúde. O valor dessa categoria está em permitir o olhar para a totalidade dos diferentes aspectos geográficos e humanos organizados em sistema. Daí o seu potencial para as práticas territorializadas em saúde, desde que estas se apropriem da história local, da configuração demográfica e dos diferentes poderes, tomando a população como sujeito através da incorporação da participação social.
O vídeo integra o site do Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial produto da pesquisa “Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na Estratégia de Saúde da Família" desenvolvida na EPSJV com o apoio do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde PMA/VPPCB/Fiocruz. Para acessar mais conteúdos do Portfólio, acesse: http://portfoliodepraticas.epsjv.fiocruz.br/

Data do vídeo: 
23/03/2021 - 18:14
Canal do vídeo: 
EPSJV - Fiocruz

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