Site do Observatório Clima e Saúde inclui informações sobre eventos extremos

Quem pesquisa sobre o impacto na saúde humana causado pelas mudanças climáticas ganhou novos dados para complementar sua busca. O site do Observatório Clima e Saúde, do Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict/Fiocruz), incluiu em seu acervo mais informações importantes: as ocorrências de eventos extremos por estados, cidades, unidades de saúde e a situação das vítimas (mortos, desalojados, desabrigados, levemente feridos, gravemente feridos ou enfermos). Além desses dados, temas como água, ar e vetores também foram incluídos.

A pesquisadora do Laboratório de Geoprocessamento e uma das responsáveis pelo Observatório Renata Gracie explica: "estamos tratando de temas de agravos mais sensíveis às mudanças climáticas; estes temas são primordiais, sobretudo no Brasil". Os eventos extremos abrangem secas, ondas de calor, furacões, tempestades, enchentes etc.

Os dados são fornecidos pelas secretarias de Defesa Civil dos estados. A maior parte das informações chegou de forma manuscrita e foi digitalizada. Segundo Renata Gracie, os dados usados para o monitoramento pelo Observatório são georeferenciados e têm o objetivo de saber a posição geográfica de cada evento de saúde. "Isto permite saber o contexto em que esse evento se encontra, para o diagnóstico mais preciso da situação e a locação de recursos ser a mais adequada", observa.

No site é possível saber, por exemplo, que em 2010, no Mato Grosso do Sul, 76.096 pessoas foram afetadas pelos eventos extremos e que deste total, 4.797 pessoas ficaram desalojadas e 510 ficaram desabrigadas. Ou que em Sergipe, no mesmo ano, 71 pessoas morreram por conta desses eventos extremos.

A página também apresenta as notícias publicadas pela grande mídia, como uma forma de todos fazerem um acompanhamento histórico dos eventos e verificar a sua incidência.

As informações do Observatório destinam-se à sociedade, a pesquisadores e gestores. "O sistema permite que se recupere dados sobre os desastres ocorridos nos últimos anos e que se avalie o seu impacto sobre a saúde, conforme informado pelo SUS", explica a pesquisadora. Outra novidade é que, em breve, os mapas estarão disponíveis com os indicadores calculados para cada tema e, assim, todos terão acesso às informações dos seus municípios e estados. "Com os sítios sentinelas, alguns municípios terão dados mais detalhados, além de ser possível verificar de forma mais consolidada notícias sobre os temas, sendo permitido fazer comentários e trocar experiências com o grupo que estrutura os dados do Observatório, bem como com outros usuários", explica Renata. A ideia é que no próprio site os usuários encontem também bibliografia e quadros de agravos com sua lista de indicadores.

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