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EPSJV lança publicações para comemorar aniversário


15/08/2017

Fonte: EPSJV/Fiocruz

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A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lança, em 18 de agosto, os livros Cultura, Politecnia e Imagem e Curso Técnico em Meio Ambiente - Tramas e Tessituras. A atividade faz parte da comemoração dos 32 anos da Escola, que conta, ainda, com a palestra O empresariamento da educação por trás da Reforma do Ensino Médio e da Base Nacional Curricular Comum, ministrada por Fernando Penna, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e presidente do Movimento Educação Democrática. A programação de aniversário terá, também, a apresentação teatral da peça Panchito Gonzalez, seguida por um debate com a psicanalista Cecilia Boal.

Organizado por Gregorio Galvão, Muza Clara Velasques e Renata Reis, o livro Cultura, Politecnia e Imagem traz uma coletânea de artigos sobre diferentes dimensões da cultura, visando ampliar e ressignificar o termo para além de uma leitura direta que o liga apenas às manifestações culturais mais imediatas das sociedades. Resultado do amadurecimento das discussões sobre tecnologias educacionais na EPSJV, o livro reúne textos dos organizadores e de pesquisadores como Marise Ramos, Ana Lúcia Pontes, Jean Carlos da Costa, entre outros.

Segundo Gregório Galvão, o objetivo do livro vai além da disciplina de audiovisual, oferecida no curso técnico integrado ao ensino médio da Escola. “Que tipo de conhecimento é produzido com a imagem? Que tipo de conhecimento é produzido quando se lida com a imagem na educação? Entende-se que a leitura do mundo precede a leitura da imagem. Deste modo, tratar da crítica da cultura e da imagem na educação é articular problemas epistemológicos, estéticos, existenciais e políticos da sociedade contemporânea através de temas como a administração da sensibilidade, o automatismo da produção da imagem digital e a imagem como dispositivo da memória social”, explica Gregório.

A publicação foi organizada em três partes, trazendo reflexões conceituais e teóricas e as experiências de produção na pesquisa e no ensino. A primeira parte, sob o título Cultura, educação, trabalho e saúde, apresenta a trajetória do termo cultura e os caminhos que seu estudo percorreu nos campos da crítica da cultura, da educação e da história. A segunda parte do livro, intitulada Cultura, educação e imagem, oferece a possibilidade de se estudar o papel das imagens no processo formativo e a sua apropriação por espaços escolares institucionais de formação, bem como por outros espaços sociais. A terceira e última parte, Cultura e Cinema, reúne experiências de pesquisas que o estudo desse conceito possibilita a partir do diálogo com a produção fílmica e da discussão teórica que envolve o cinema.

Com a proposta de reacender a discussão em torno da cultura como um dos eixos estruturantes da discussão da politecnia, o livro busca fazer um aprofundamento teórico sobre o tema somado às experiências do cotidiano escolar e aquelas ligadas à produção de imagem nas suas variadas formas de expressão. A publicação apresenta, ainda, a reflexão sobre a cultura nos campos do trabalho e da saúde.

Formação em meio ambiente
O livro Curso Técnico em Meio Ambiente - Tramas e Tessituras, dividido em cinco fascículos, sistematiza a experiência, os dilemas e aprendizados do Curso Técnico em Meio Ambiente (CTMA), realizado pela EPSJV em parceria com a Universidade Federal do Ceará e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. “Essa coleção é uma sistematização que queremos compartilhar com outras escolas técnicas do SUS, com as escolas técnicas dos próprios movimentos sociais, que têm um papel fundamental na educação do campo diante de uma conjuntura muito adversa de fechamento de escolas neste país. Foi um acúmulo de experiências que servirão para outros processos que virão”, explica Alexandre Pessoa, professor-pesquisador da EPSJV, um dos coordenadores do CTMA e revisor da publicação. Na capa, a coleção traz não a identificação dos seus organizadores — o professor-pesquisador da EPSJV André Burigo, além de Eduardo Barcelos, Gigi Castro e Lara de Queiroz —, mas sim o nome de todos os alunos do curso.

O primeiro fascículo apresenta a experiência do curso e de seus territórios, dando conta de inúmeras questões que permearam tanto o processo quanto a própria sistematização. O segundo compartilha aprendizados da gestão, mostrando a importância da articulação de sujeitos sociais e coletivos. O terceiro fascículo tem como foco a metodologia do curso que, ao radicalizar seu vínculo no território, responde às questões ambientais identificando suas causas e consequências. O quarto fascículo, sob o título Territórios, por sua vez, mergulha nos espaços de vida e nos contextos locais e regionais dos assentamentos e comunidades rurais, a partir das sínteses produzidas durante as pesquisas e vivências dos técnicos em meio ambiente formados no curso. Por fim, o quinto fascículo, Saberes, reúne um conjunto de experiências pedagógicas, apresentando as diferentes linguagens dos educandos. “Foi uma experiência transformadora, pois permitiu que os alunos pudessem fazer intervenções em seus territórios e reconhecer a realidade do campo, que sofre uma série de impactos decorrente do agronegócio”, observa Pessoa.

Financiado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS) e oferecido a duas turmas, uma no Ceará e outra no Paraná, o objetivo principal do CTMA foi formar trabalhadores rurais para a identificação e o enfrentamento dos principais determinantes sociais da saúde das populações do campo, fortalecendo a luta dos movimentos sociais camponeses na construção de ambientes saudáveis e sustentáveis, com ênfase nos problemas de saúde ambiental de seus territórios. Para isso, o currículo do curso acompanhou as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta.

Com duração de um ano e meio e carga horária de 960 horas, as aulas foram baseadas na pedagogia da alternância, dividindo-se em tempo escola — com aulas presenciais — e tempo comunidade — com trabalho de campo para estudo e pesquisa nos territórios de origem dos educandos —, além do estágio supervisionado. No Ceará, o curso foi realizado na Escola de Ensino Médio João dos Santos Oliveira, no Assentamento 25 de Maio, em Madalena (CE). Já no Paraná, as aulas aconteceram no Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (Ceagro), no Assentamento Ireno Alves, em Rio Bonito do Iguaçu (PR).

 

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