05/10/2017
Por: Leonardo Azevedo (CCS/Fiocruz)
A abertura da 8ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (ConfOA) foi realizada na manhã do dia 4 de outubro, no campus da Fiocruz em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro. O evento reuniu autoridades, pesquisadores, professores, profissionais, estudantes e pessoas interessadas no assunto, de diferentes cidades do Brasil e de Portugal. A conferência visa promover a discussão, produção e divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisa sobre o Acesso Aberto em todas as suas dimensões e perspectivas.
Para presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a realização da ConfoA é “de fato um momento muito especial para a instituição, diante de uma agenda tão desafiadora como do acesso aberto”. Nísia citou ainda a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da instituição, as iniciativas na área e destacou a mobilização dos profissionais da Fundação para a ConfOA, com a realização de encontros preparatórios para a Conferência, organizados pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Nísia ressaltou a importância de incluir os países africanos nesse processo. “O acesso aberto não se volta apenas à comunidade de pesquisadores, ainda que ela tenha um papel fundamental, mas se volta à sociedade como um todo, para diferentes setores e movimentos, que precisam ter acesso à produção de conhecimento em todos os níveis”.
A secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Maria Fernanda Rollo, ressaltou que a ciência aberta é um bem público e deve ser vista como um compromisso político e social. Ela enalteceu o esforço realizado entre os dois países para avançar na área, “abrindo-se às mudanças dos tempos”. O reitor da Universidade do Minho, António Cunha, também destacou as ações conjuntas e a troca de experiências. Ele falou de trabalhos desenvolvidos pela universidade, em cooperação com outras entidades portuguesas e de outros países, em atividades científicas e pedagógicas, no campo do acesso aberto e da ciência aberta.
Maria Fernanda Rollo (Foto: Peter Iliciev)
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), órgão do Ministério da Educação e Ciência de Portugal, foi representada pelo pesquisador Vasco Vaz, que leu uma carta da Presidência da instituição. Nela, a FCT destacou a ciência cidadã, o desenvolvimento e as contribuições das tecnologias digitais e de como iniciativas - a ConfOA e a Rede SciELO, por exemplo - têm contribuído para pesquisadores e acadêmicos de outros países.
O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) do Brasil, Luís Felipe Silvério Fortuna, afirmou que “a ciência é obra de várias operações internacionais”, traçando uma relação dos campos do acesso aberto e da diplomacia. “O fato de estarmos aqui na oitava edição da ConfOA, com regularidade e o compromisso e a seriedade dos participantes e dos estudos aqui apresentados, já mostra o sucesso dessa iniciativa”.
Luís Felipe Silvério Fortuna e Nísia Trindade Lima (Foto: Peter Iliciev)
A coordenadora do Laboratório de Metodologias de Tratamento e Disseminação da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Bianca Amaro, apontou a necessidade de se avançar no campo da ciência aberta. Para ela, todos os países que estão trabalhando com a questão da ciência aberta, especificamente com os dados abertos, têm imensos desafios.
Bianca frisou a necessidade de um mapeamento das ações desenvolvidas e a complexidade em se fazer isso em um país de proporções continentais como o Brasil. “Temos um grande desafio que é a organização desses dados em meio a tecnologia existente, principalmente para que se atinja o nosso maior objetivo, que é a interoperabilidade”.
Auditório esteve lotado durante a conferência de abertura (Foto: Peter Iliciev)
Cooperação
Durante a abertura do evento, foram assinados dois acordos de cooperação: o primeiro de cooperação técnica interinstitucional entre a Fiocruz e a Universidade do Minho, para a implantação de boas práticas da ciência aberta, do acesso aberto e dados abertos, contemplando ações nas áreas de pesquisa, educação e desenvolvimento tecnológico.
O segundo protocolo foi assinado entre a Fiocruz e a Universidade Aberta, instituição pública portuguesa de ensino superior à distância. O acordo visa estreitar as relações de cooperação e intercâmbio, de modo que ambas as instituições possam beneficiar-se de ações de colaboração.
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