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Trajetórias Negras na Fiocruz compartilha histórias de trabalhadores


28/11/2023

Rômulo Lima (Cogepe/Fiocruz)

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O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz promoveu, na última terça-feira (21/11), mais uma edição do Trajetórias Negras na Fiocruz. O encontro tem como objetivo reunir trabalhadores negros da instituição para compartilharem suas vivências profissionais e pessoais, e refletirem sobre o racismo estrutural e as desigualdades raciais enfrentadas no cotidiano. Neste ano, o Trajetórias Negras teve o apoio da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), criada em março desse ano pela Presidência da Fiocruz para fortalecer o enfrentamento às desigualdades na instituição.

Assista ao Trajetórias Negras no canal da Fiocruz no YouTube.    

O primeiro a contar sua história foi o analista de gestão em saúde pública do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Adilson da Hora Sampaio, que falou sobre sua infância como um dos poucos alunos negros em uma escola católica em Salvador e do seu ingresso na Fiocruz, aprovado no concurso público de 2006. Adilson iniciou sua apresentação recitando o hino da África do Sul no idioma original e compartilhou com a plateia fotos de momentos com sua família e de sua formação acadêmica, destacando pessoas que foram referenciais em sua trajetória.

A jornalista, tecnologista em Saúde Pública e integrante da Cedipa e do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Marina Maria, apresentou sua história na sequência, pontuando os desafios enfrentados no reconhecimento e construção da identidade como mulher negra, resgatando memórias desde a infância, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, de onde vem. Ela destacou a centralidade de sua família, em especial dos seus avós, na sua formação e na valorização da negritude desde cedo, com referenciais culturais e educacionais importantes. Foi na adolescência, aos 14 anos, que Marina teve seu primeiro contato com a Fiocruz, ao ingressar na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, o que ela classificou como um divisor de águas em sua vida.

Apresentando-se a partir da Língua brasileira de sinais (Libras), o trabalhador do Projeto Empregabilidade da Pessoa Surda da Fiocruz e instrutor de Libras, Alexandre Clecius, começou contando sobre a mudança de sua família da Bahia para o Rio de Janeiro. Ele lembrou do apoio e orientação familiar com relação às dificuldades que encontraria na sociedade, diante de sua deficiência auditiva e da falta de acessibilidade. Em 1986, Alexandre ingressou no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), se formando em 1995, mesmo ano em que ingressou na Fiocruz. Alexandre destacou sua luta contra o capacitismo e a falta de políticas de incentivo para inclusão de pessoas com deficiência e denunciou o preconceito, em especial em relação a pessoas negras e surdas.

Luciane Vicente, integrante da Cedipa, conduziu o Trajetórias Negras na Fiocruz, que contou ainda com a participação de Fatima Loroza, também da Coordenação de Equidade, recitando o poema “Ainda assim eu me levanto”, de Maya Angelou. A mediação ficou a cargo da assessora para assuntos de gênero e raça da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe) e integrante do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, Dayana Gusmão.

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