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Situação global da Covid-19 é tema de reunião do CD


30/08/2022

David Barbosa e Withiner Marques (CCS)

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A reunião do Conselho Deliberativo da última quinta-feira (25/8) teve a participação da professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cristiana Toscana, membro do Grupo Estratégico Internacional de Experts em Vacinas e Vacinação (SAGE – Strategic Advisory Group of Experts for vaccines and vaccination) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela apresentou um panorama sobre a situação global e os desafios atuais da Covid-19.  

A pesquisadora destacou, inicialmente, que o cenário aponta para a redução na letalidade da doença, uma transição do seu caráter pandêmico para um caráter de endemicidade. A penúltima semana de agosto registrou tendência geral de diminuição de óbitos no mundo todo, com exceção do continente africano. Os países que lideram o ranking de mortes são, respectivamente, Estados Unidos, Japão e Brasil.  

Em relação aos novos casos, embora a maior parte do planeta tenha registrado queda em relação às primeiras semanas do mês, a Ásia viu crescer o índice de notificações a partir da segunda quinzena. Um ponto de preocupação é o Japão, onde 1,5 milhão de novos casos foram notificados no período. Apesar disso, Toscana destacou que a tendência é de transição do estágio de pandemia para o de endemicidade, já que a letalidade e gravidade da doença têm diminuído gradativamente. 
 
Segundo a pesquisadora, um dos desafios para o futuro próximo é garantir a cobertura vacinal das populações mais pobres, uma vez que países com menor renda ainda são os que menos completaram o esquema primário da vacina contra a Covid-19. Embora estudos demonstrem que as doses de reforço têm menor efetividade contra a infecção, elas ainda são fortemente recomendadas para evitar o desenvolvimento das formas graves da doença. Quanto à 2ª dose de reforço, o SAGE orienta que seja administrada em grupos de maior risco (pessoas com comorbidades, maiores de 60 anos e imunossuprimidos).  

Campanhas vacinais 

Outro ponto destacado foi a necessidade de associação entre a vacinação contra a Covid-19 e outras campanhas vacinais. Toscana lembrou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) enfrenta um cenário adverso para alcançar as taxas necessárias de cobertura vacinal. Um relatório do Grupo Técnico Consultivo (TAG) apresentado por ela alerta que a baixa cobertura vacinal nas Américas tem sido acompanhada da reintrodução de doenças imunopreveníveis, como a pólio e o sarampo. 

“É um cenário super preocupante no Brasil e em toda a América. A vacinação contra a Covid deve ser integrada a estratégias multivacinais, para reverter as quedas crescentes e preocupantes da proteção contra inúmeros riscos antecipáveis, como é o caso dessas doenças”, afirmou. 

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também reforçou a necessidade de avaliação e reforço das campanhas vacinais: "É importante analisar o impacto da COVID, não só na vacinação contra o vírus, mas no decréscimo da cobertura vacinal. Isso reforça as campanhas que a Fiocruz realiza com Bio-Manguinhos e outras instituições. É preciso articular toda essa gama de conhecimentos, conectar e integrar para que possamos ter mensagens claras."   

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