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Seminário ‘Literatura ao Pé do Ouvido’ lança Agenda Cultural Mandela Vive amanhã (29/9)

Cartaz promocional do evento

28/09/2015

Por: Luísa Gomes - Cooperação Social

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Amanhã (29/9), no auditório do Museu da Vida, às 13 horas, o seminário Literatura ao Pé do Ouvido – caminhos e acessos à literatura – lança oficialmente a Agenda Cultural Mandela Vive, em um debate sobre acessibilidade e literatura. A Agenda é um calendário de eventos de criação, investigação e apresentações artísticas nos campos da literatura, da música, teatro e artes plásticas, tendo por protagonistas os moradores do Complexo de Favelas de Manguinhos. A programação está inserida na semana da Primavera dos Museus do Museu da Vida.

O seminário Literatura ao Pé do Ouvido vai tratar da literatura de ficção no universo das pessoas surdas, cegas e daquelas que estão afastadas da cultura letrada ou mesmo do domínio da língua portuguesa – no que entra a contação de historias e as múltiplas possibilidades da tradução para o debate, também em pauta durante o evento.

"Além do acesso do individuo surdo às obras literárias, e portanto, à cultura, o seminário 'Literatura ao Pé do Ouvido' e a discussão que ele traz valoriza a Língua Brasileira dos Sinais (Libras). Isso é fundamental para que, ela sendo reconhecida pelo público em geral, seja efetivado o direito das pessoas surdas à cidade, e para que a sua circulação pelos espaços se torne menos traumática", comentou Luciane Ferrareto, coordenadora do Projeto de Inserção de Pessoas Surdas no Mercado de Trabalho, pela Cooperação Social da Fiocruz

A Agenda Cultural é iniciativa do Ecomuseu/Rede CCAP e Rede Manguinhos Tem Cultura. O Centro Afrocarioca de Cinema Zozimo Bulbul atua como gestor cultural e proponente da Agenda junto à Lei de Incentivo de Cultural, no que contou com o apoio do Escritório de Captação da Fiocruz e da Cooperação Social da Presidência. A Agenda Cultural Mandela Vive, por meio dessa articulação, conseguiu parceria de patrocínio com Prefeitura do Rio de Janeiro, Fiotec, empresa 2 Alianças Logísticas.

Agenda Cultural Mandela Vive 2015

A primeira atividade da Agenda foi o seminário intitulado "Literatura no Dente - Favelofagia e outras poéticas políticas" aconteceu durante três dias (29 e 30 de junho, e 1º de julho) na UERJ, e se dedicou a estudar as obras literárias que trouxessem estéticas e temáticas ligadas ao universo do trabalhador, das periferias, e das populações das franjas dos territórios, entre elas “Eles eram muitos cavalos”, de Luiz Ruffato, o “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, e “Os Bruzundangas”, de Lima Barreto.

A segunda foi a Residência Literária “Roendo a machadadas”, que durou dois meses de imersão em oficinas de provocações filosóficas e políticas, produção escrita, e perambulações pelos territórios do eixo Zona Norte-Centro para investigações na urbe com 14 autores de regiões periféricas da cidade. A partir disso, o objetivo é que cada autor produza dois contos para publicação de um livro, com lançamento marcado para o Baile Literário (24 de outubro).

“Nós não estamos recebendo os originais de obras já fechadas”, explica Flora Tarumim, produtora do Bando Editorial Favelofágico. “Estamos trabalhando junto com os autores em todas as etapas do processo editorial, desde a leitura crítica do que eles produziram e copydesque até a revisão ortográfica final", finaliza.

“No nosso tempo, não há mais sentido pensar uma vanguarda de estética literária paternalista, de tutela de um pequeno grupo iluminado - necessariamente de elite. Nós estamos falando de um bando. Queremos saber o que os sujeitos dos rincões empobrecidos do Brasil tem a oferecer para a literatura. É possível uma literatura para dar conta das questões do mundo sem perder a literariedade? Isso nos interessa", crava Felipe Eugênio, coordenador do Ecomuseu de Manguinhos – um dos organizadores da Agenda Cultural.

Baile Literário

Nos dias 22, 23 e 24 de outubro acontece o ponto de culminância da Agenda Cultural Mandela Vive, com o Show de Calouros no dia 1, 2ª Mostra Cultural de Manguinhos no dia 2, e o Baile Literário, quando ocorrerá o lançamento dos três livros do Bando Editorial Favelofágico. “Um é um livro de peças e biografia de Geraldo de Andrade, dramaturgo de Manguinhos, o segundo registra as discussões do Seminário Literatura no Dente, e o terceiro com os contos produzidos na residência literária”, disse Brunna Arakaki, da Rede CCAP de Manguinhos, e uma das editoras do Bando Editorial Favelofágico.

Programação do seminário Literatura ao Pé do Ouvido

13h: Recepção e inscrição
13h30: Mesa de abertura 
Lançamento da Agenda Cultural Mandela Vive
Exibição do teaser de lançamento

Participantes:
Coordenação da Agenda: Ecomuseu de Manguinhos e RedeCCAP
Presidência da Fiocruz
Secretaria de Cultura/Prefeitura do Rio de Janeiro
Logística 2 Alianças
Fiotec

14h Mesa de diálogo "Trilhas literárias: percursos e acessos"

A questão do acesso à literatura escrita por pessoas com deficiência visual e auditiva. Apresentação do panorama de possibilidades de acesso, trazendo à luz questões de acessibilidade, suportes e contextos de contato da palavra escrita/vista para a palavra falada/ouvida.

Convidados:
Bruna Maria Vasconcellos Trindade Bispo e Hylea de Camargo Vale Fernandes, Leonardo Carvalho Augusto, Professor do Instituto Benjamin Constant

Mônica Magnani, profissional de audiolivro

15h Café com bolo

15h30 Mesa de diálogo Há criação na ponte? - os limites da autoria na fronteira entre linguagens

Quem são as pontes que atravessam o conteúdo literário da plataforma escrita para plataformas auditivas e visuais - aqueles que interpretam, atuam e traduzem? Debatemos, nessa mesa, os limites da autoria de um intérprete de Libras para Português, ou daquele que verte um livro de Português para o Braile. Quais são os meandros percorridos por aqueles que colocam o seu corpo e palavra como suporte de acesso para a literatura?

Convidados:
Ellen Grace, Contadora de história da Biblioteca Casa Viva-RedeCCAP 
Fernanda Miguens, Tradutora e doutoranda em Filosofia/UFRJ
Larissa Costa, Doutora em Estudos da Linguagem/PUC-RIo
Leonardo Carvalho, Professor de História do Instituto Benjamin Constant

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