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Revista aborda desaparecimentos forçados e seu impacto para saúde de famílias e favelas


29/08/2023

Fábio Mallart (Radar Saúde Favela) e Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)

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Lançada hoje, 30 de agosto, Dia Internacional Contra o Desaparecimento Forçado de Pessoas, a nova edição da revista Radar Saúde Favela, produzida pela Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz, debate diversos aspectos sobre os desaparecimentos forçados de pessoas, com destaque para casos ocorridos na região da Baixada Fluminense. Além de se atentar para o luto das famílias e o aumento do número de cemitérios clandestinos na região, a revista ressalta história dos desaparecimentos no Brasil e a importância da mobilização da sociedade civil para promoção da saúde de familiares e suas redes de pertencimento. Acesse aqui

Em sua 24ª edição, o informativo apresenta o texto de um coletivo mexicano de familiares de vítimas que compartilha soluções tecnológicas que tem funcionado no país na busca por pessoas desaparecidas. Na abertura, o texto “Busca Injusta” de Luciene Silva, integrante da equipe do Radar Saúde Favela e da Rede de Mães e Familiares de Vítimas de Violência da Baixada Fluminense, aborda a convivência com a dor do desaparecimento, o adoecimento de mães e outros familiares e a importância de estar em rede.   

Em seu artigo, Arlete Roque, mãe de Alex, jovem desaparecido após uma abordagem policial ocorrida na cidade de Manaus em 2016, descreve sua experiência: “Já se passaram seis anos e nunca tive o direito de enterrar o meu próprio filho”. Ainda sobre o tema, na editoria “Memória”, Fábio Araújo, coordenador do Radar Saúde Favela, e Luciene Silva entrevistam Einstein RC, jovem morador da Baixada Fluminense, sobre o desaparecimento de seu irmão, Douglas de Paula Pampolha dos Santos.  

O surgimento do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência de Estado e seus Familiares (NAMVIF), resultante da mobilização de grupos como a Rede de Mães e Familiares da Baixada Fluminense e o Fórum Grita Baixada são descritos na editoria “Ensaios”. Kléber Luiz Gonzaga e Juliana Gomes da Silva ressaltam a ação decisiva da sociedade civil do município de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. 

Já na editoria “O que tá pegando”, Giselle Florentino e Fransérgio Goulart, que integram a Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJRacial), afirmam que os casos de desaparecimentos forçados não se originaram no período da ditadura militar como normalmente se pensa, mas datam desde a colonização. No artigo, os autores discutem o aumento de casos na Baixada Fluminense e demonstram o crescimento do número de cemitérios clandestinos na região. 

Também sobre os indícios nos territórios, em “Debates”, o coletivo mexicano “Forças Unidas Pelos Nossos Desaparecidos em Nuevo León” aponta o uso de drones como fundamental para a busca por seus familiares desaparecidos. O uso da tecnologia tem permitido, por exemplo, o rastreamento locais de remoção de terra e mudanças no solo que podem caracterizar fossas clandestinas, além de outros elementos associados às técnicas de desaparecimento. 

Portal recém-lançado e chamada de contribuições 

O Radar Saúde Favela (originalmente, Radar Covid-19 Favela) foi concebido no âmbito do Observatório Fiocruz Covid-19 e, atualmente, está alocado na Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. O site Radar Saúde Favela foi lançado em fevereiro de 2023 e reúne as narrativas sobre saúde de moradores, lideranças populares e movimentos sociais. Artigos de opinião, podcast, vídeos e a própria edição da revista (desde agosto de 2020) são alguns dos formatos de discussão dos temas do projeto. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a saúde em seus territórios a qualquer momento para o e-mail: radarsaudefavela@fiocruz.br.  

   

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