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Rede PMA encerra edital iniciado em 2015


27/08/2020

Cristiane Boar e Beatriz Soares | VPPCB

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O Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA), da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), encerrou em julho, por reunião virtual, a Rede de pesquisas aplicadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), que foi criada em dezembro de 2015, com pesquisas que tinham foco na melhoria do acesso às ações e serviços do SUS, aprovadas no Edital PMA 2015.

O edital teve 19 projetos de pesquisa aprovados, com diversas propostas submetidas. Nesses quatro anos foram desenvolvidas as pesquisas, sendo o último ano específico para atuar na disseminação científica dos resultados dos projetos, que o PMA considera parte do processo de pesquisa. 

A coordenação do PMA fez avaliação na reunião de encerramento que permitiu observar que o desafio da gestão do PMA é ao mesmo tempo, seu grande diferencial, que traz a possibilidade de discutir e repensar questões de cada projeto junto aos grupos, identificando e pactuando os melhores caminhos a serem trilhados com os redirecionamentos necessários, inclusive a busca de aporte financeiro quando preciso. Outro diferencial é a Fiocruz ter possibilitado a constituição de uma equipe específica para atuar junto aos pesquisadores no campo da disseminação dos resultados, contemplando estratégias de engajamento público, popularização da ciência, translação do conhecimento, advocacy, jornalismo científico, comunicação, entre outras.

Para o pesquisador José Roberto de Moraes Ramos, do Instituto Fernandes Figueira (IFF), o modelo de gestão do PMA se fundamenta em um importante tripé que permite tamanha inovação com “uma gestão que não é puramente burocrática, é próxima, baseada na união dos pesquisadores e que valoriza o componente da disseminação.” Para o pesquisador “a perseverança do PMA em avançar nas estratégias de disseminação como importantes para conquistar o pesquisador que ainda está influenciado pelo academicismo “é o exercício de pensar fora da caixa, com o objetivo de aproximar a pesquisa a quem precisa receber seus achados e informações”. 

As influências das pesquisas sobre o SUS também foram observadas, como no exemplo dado pelo pesquisador, que destacou a reverberação dos achados do trabalho que coordenou na assistência, tanto na unidade do IFF, como na sua relação com a Rede: “com a chegada do PMA, pensamos em fazer coisas que fizessem diferença para o SUS e para a unidade,  com uma abordagem que demonstrasse que algumas malformações menos graves poderiam ser atendidas na atenção básica, indo para o IFF apenas os casos mais complexos. Essa iniciativa começou no intuitivo e acabou conscientemente, no modelo que foi desenvolvido”. Para o pesquisador “o PMA incentivou o desenvolvimento institucional para qualificação do atendimento da neonatologia do IFF, permitiu que essa lucidez fosse levada ao departamento”. 

O aprendizado contribui para a gestão do PMA e para todos os profissionais envolvidos, como observa Patrícia Constantino, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP): “É uma experiência que não morre com o fim da Rede, isso agrega ao departamento. Nós aprendemos que aquilo que nós reconhecíamos como disseminação ainda era um processo muito acadêmico”. A ideia foi complementada por Silvana Granado (ENSP): “a experiência da disseminação foi positiva e produtiva”.

Para a pesquisadora Nina Soalheiro, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), “a Rede deve disseminar informações principalmente para fora e não apenas para dentro da Fiocruz. A pesquisadora ressaltou que o trabalho da Rede PMA foi marcado por afetividade, apoio e aberturas ao diálogo. Atualmente o formato é um aspecto fundamental para os pesquisadores da Fundação, que são muito procurados por diferentes públicos e precisam estar preparados para disseminar as informações da melhor forma.”

A Rede PMA contou com mais de 200 membros envolvidos como coordenadores, assistentes de pesquisa e disseminação científica e colaboradores e produziu resultados de vários formas, incluindo:
- Mais de 20 produtos de pesquisa (modelos, metodologias, diretrizes clínicas, inquérito epidemiológico, diagnóstico, perfil, painel, portfólio de práticas, e-book, treinamentos, publicações, levantamento);
- Diversos resultados ligados à produção de conhecimento científico puro (artigos científicos, livro e capítulos de livro, dissertações de mestrado, teses de doutorado, trabalhos de conclusão de residência multiprofissional; projetos de mestrado e doutorado, participações em eventos científicos);
- Diversos produtos diretamente relacionados à disseminação dos resultados científicos (WebTv, sinopses de pesquisa, matérias jornalísticas, vídeos, reuniões de articulação, eventos técnico-científicos - simpósio, encontros, tenda de educação popular, terreirada das residências em saúde, exposições fotográfica e artística, podcasts, infográficos, panfleto, resumo executivo, acervo de imagens fotográficas e desenhos livres em aquarela).

Em agosto de 2020 o PMA deu início à formação de uma nova Rede de pesquisas, com contribuições para a Atenção Primária à Saúde (APS) no SUS. Esta Rede contará com 20 projetos de pesquisa, selecionados dentre as 71 propostas submetidas ao Edital PMA 2020. 

Para conhecer os vídeos com as pesquisas do PMA clique aqui.

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