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Pesquisa Nacional de Saúde mostra que cerca de 40% dos brasileiros têm doença crônica


11/12/2014

Por: Graça Portela (Icict/Fiocruz)

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Ocorreu nessa quarta-feira, 10/12, na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o lançamento do primeiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), uma parceria do Ministério da Saúde com a Fiocruz e o IBGE.

A pesquisa domiciliar, feita em âmbito nacional, traz uma amostra de 80 mil domicílios, e está inserida no Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD). A amostra contém recortes regionais do Brasil, grandes regiões, as unidades da federação e municípios das capitais e Distrito Federal. As informações são apresentadas por gênero, faixa etária nível socioeconômico e educacional.

O ministro Arthur Chioro (Saúde) falou sobre a importância da pesquisa e o que ela representa para a saúde no Brasil. Ele destacou a importância da PNS: "Pudemos perceber a potência destas informações para o monitoramento das condições de saúde, das estratégias de prevenção e promoção de saúde. Muitas dessas informações já são impactantes até pelo processo de envelhecimento da população brasileira, mas como elas falam sobre os hábitos de vida, elas também nos mostram como podemos envelhecer no futuro".
 
A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, fez um agradecimento especial a equipe do Instituto, segundo ela, incansável na rede de coleta e análise dos dados da Pesquisa. Ela também destacou a relação com o Ministério da Saúde: "A parceria com o MS tem sido crescente e tem produzido resultados consistentes", afirmou.

Perfil da população

Com o auditório lotado por pesquisadores, técnicos e jornalistas, Deborah Malta mostrou o Panorama da Saúde Brasileira em Múltiplos Aspectos. Ela explicou como foi feita a pesquisa e apresentou os principais números colhidos durante os seis meses de 2013, quando ela foi realizada.

A Pesquisa Nacional de Saúde mostra que 57,4 milhões de brasileiros têm pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT) - diabetes, hipertensão arterial, doença crônica de coluna, colesterol e depressão, dentre outras. Não por um acaso, estas doenças são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil e estão associadas a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras, e sedentarismo.

A pesquisa constatou redução expressiva do número de fumantes, que pulou de 18,5% dos adultos, conforme a Pesquisa Especial de Tabagismo do IBGE (PETab) realizada em 2008, para 14,7% apontados na PNS. Outro dado que chama a atenção é que 24% dos adultos ingeriram bebidas alcóolicas uma vez ou mais por semana e, desse total, 24,3% assumiram que conduziram carro ou motocicleta depois de ingerirem bebida alcóolica.

A alimentação saudável ainda não seduz a população. Segundo dados levantados,  37,3% da população consumia frutas e hortaliças na porção recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Corroborando o fato, 37,2% da população adulta consumia carne ou frango com excesso de gordura. A Pesquisa também mostrou que 66,1% dos brasileiros avaliaram a própria saúde como boa ou muito boa, com um alto índice na região sudeste - 71,5%. 

O ministro da Saúde fez questão de comentar a pesquisa. Para ele, com as informações que emergiram da PNS, será decisivo dar continuidade às políticas de saúde, analisar o impacto que as medidas que estão sendo implementadas e outras que serão tomadas a partir do conjunto de informações trazidas pela PNS.

Para Chioro, as informações de saúde e de vida da população brasileira serão traduzidas por meio de políticas de promoção e prevenção à saúde, não só para o Sistema Único de Saúde (SUS), mas também para o sistema privado de saúde e a sociedade brasileira. 

Muito emocionada, Célia Landmann Szwarcwald falou sobre o seu sonho de ver a pesquisa realizada. "Agora, vendo os dados, o sonho está em parte realizado. Ainda falta a parte de análise e a divulgação do resto da pesquisa", afirmou.  A análise será feita em conjunto com pesquisadores do Icict, da Ensp, de áreas técnicas do Ministério da Saúde e do IBGE. 

A pesquisadora do Lis ressaltou que essa pesquisa traz uma linha de base de monitoramento para indicadores muito importantes da área de saúde, que serão atualizados de cinco em cinco anos. “Estamos tendo um perfil agora e, depois da implementação das pesquisas de saúde, teremos outro e poderemos perceber as mudanças e o que está melhorando ou não". 

Arthur Chioro finalizou enfatizando: “A Pesquisa Nacional de Saúde é referencial e estratégica para podermos fazer o planejamento e a condução das políticas de saúde mais adequadas às necessidades do País."

Também estiveram presentes na cerimônia de lançamento, a coordenadora técnica da pesquisa Célia Landmann Szwarcwald, pesquisadora do Laboratório de Informação e Saúde (Lis/Icict); Deborah Malta, do Departamento de Análise de Situação de Saúde, do Ministério da Saúde, também coordenadora do inquérito pelo MS; Roberta Caixeta, assessora para Controle de Tabaco, da OPAS - Organização Panamericana de Saúde, em Washington (EUA); Lorna English, diretora adjunta do Escritório de Tabagismo e Saúde (Office on Smoking and Health), do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos;  Brandon Talley, vice-diretor de Operações do Programa de Iniciativas de Controle do Tabaco (Tobacco Control Iniciatives), da CDC Foundation (EUA), dentre outros.

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