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Pesquisa aponta potencial antimalárico de nova droga


04/11/2022

Fiocruz Bahia

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Um estudo testou a eficácia de uma classe de medicamentos com potencial antimalárico. As pesquisas, lideradas pelo pesquisador pirido benzimidazóis, da Fiocruz Bahia, foram realizadas em colaboração com cientistas da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul) e da Universidade de São Paulo (USP). O artigo foi publicado na ACS Infectious Diseases, revista que destaca a química e seu papel no campo multidisciplinar e colaborativo da pesquisa de doenças infecciosas.

Durante a infecção, o Plasmodium, causador da malária, ataca os glóbulos vermelhos e consegue ingerir em pouco tempo boa parte da hemoglobina, composta pelas proteínas heme e globina, cuja função mais importante é fixar o oxigênio para ser transportado pelo sangue. Ao ser infectada, a heme se torna tóxica, mas o Plasmodium consegue convertê-la numa substância cristalina inofensiva, a hemozoína, e bloquear sua ação no combate ao parasita.

A doutoranda do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, Caroline Sousa, primeira autora do trabalho, destaca que neste estudo foram testados os pirido benzimidazóis (PBIs), que interferem no processo de infecção pelo protozoário Plasmodium e são estruturalmente diferentes dos antimaláricos de referências usados atualmente no tratamento da doença, como a cloroquina e amodiaquina. “Esse medicamento conseguiu mostrar, em teste in vitro, que é capaz de subverter esse catabolismo tóxico que ocorre na proteína heme e é mais eficaz em cepas resistentes aos medicamentos já utilizados”, explica.

Os testes in vivo foram feitos em camundongos infectados e foi observado que a atividade antiplasmodium dos PBIs é devido à sua capacidade de matar o parasita da malária em culturas de células e destes camundongos infectados. Esta propriedade é resultado da capacidade dos compostos de se acumular dentro das células do parasita e ainda promover a toxicidade da heme. Outro ponto importante notado no estudo foi o prolongamento da vida do camundongo com o tratamento feito com PBIs em comparação com os tratados com cloroquina, por exemplo.

Os experimentos com PBIs se mostraram mais potentes nas fases iniciais do ciclo de infecção, similar ao ocorrido nos medicamentos tradicionais. A eficiência é acompanhada de uma forte supressão da desintoxicação da heme in vivo e são propriedades altamente esperadas em medicamentos antimaláricos.

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