Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Parceria permite controle de focos da dengue no arquipélago de Fernando de Noronha

08/02/2013

Compartilhar:

Por Fabíola Tavares

Com infestação pelo Aedes aegypti semelhante à de outras cidades brasileiras, porém com a densidade do mosquito menor que as registradas no Recife, o arquipélago de Fernando de Noronha, também em  Pernambuco, começará a intervir no controle do transmissor da dengue com base em dados científicos. Isso será possível graças à parceria estabelecida entre o Conselho de Saúde do arquipélago e a Fiocruz Pernambuco há dois anos, com a implantação do Sistema de Monitoramento e Controle Populacional do Aedes aegypti (SMCP-Aedes). Atualmente, 103 armadilhas (ovitrampas) para captura de ovos do mosquito estão instaladas em Noronha, permitindo saber os locais de maior população do Aedes, os períodos do ano de maior infestação pelo vetor e as áreas de maior risco de transmissão da dengue, entre outras informações. A localização de cada uma delas é registrada com um aparelho de GPS.

Juntos, os profissionais de saúde de Fernando de Noronha e do centro de pesquisa definiram critérios prioritários para intervenções nas vilas e nos imóveis. As vilas estão sendo priorizadas, respectivamente, pela presença do vírus dengue, a quantidade de vetores e o número de habitantes. No caso dos imóveis têm prioridade, nessa mesma ordem, os que representam maior risco de transmissão da dengue (hospitais, escolas e pousadas) e os com maior densidade do vetor.

Ovitrampas

As ovitrampas contêm duas palhetas e larvicida biológico (BTI) que estimula as fêmeas do mosquito a colocarem seus ovos nesses recipientes. De 25 a 27 de cada mês, essas palhetas são coletadas para a contagem dos ovos. Depois são feitas as análises dos dados e até o dia 14 do mês seguinte o mapa de distribuição geográfica do mosquito está pronto para orientar as ações. Até dezembro de 2012, a contagem dos ovos era feita na Fiocruz PE, onde imagens digitais das palhetas eram feitas para facilitar a contagem dos ovos, mas a partir de 2013 todo o trabalho será feito em Noronha.

“A equipe local de saúde terá autonomia para fazer toda a coleta e contagem dos ovos, a análise dos dados e tomarem decisões, uma vez que nossa parte nessa experiência, a parte científica, de pesquisa, foi concluída”, explica Lêda Regis. No arquipélago a contagem será feita inicialmente com lupa, até que um novo protótipo do sistema de digitalização de palhetas seja disponibilizado por pesquisadores do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco.

 

Mais em outros sítios da Fiocruz

Voltar ao topoVoltar