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OMS alerta para doenças transmitidas por vetores e Ensp lista as mais comuns no Brasil


08/04/2014

Fonte: Ensp/Fiocruz

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No dia 7 de abril foi celebrado o Dia Mundial da Saúde, data criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948 para alertar a todos sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial. Com o slogan 'Pequenas picadas, grandes ameaças', a organização destacou em 2014 as doenças transmitidas por vetores como mosquitos, carrapatos, caramujos, ratos, entre outros. "Devemos estar atentos ao movimento de emergência de novos padrões. Tratamos de agentes biológicos que estão em processo de evolução e adaptação às condições que nós criamos. E chamamos isso de antropização", comentou o pesquisador Paulo Sabroza, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).

Segundo o informe da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para a data, as doenças de transmissão vetorial são responsáveis por uma alta carga de morbidade e mortalidade especialmente nos países mais pobres, causando ausência escolar, aumento da pobreza, diminuição da produtividade econômica e sobrecarga dos sistemas de saúde. Na Região das Américas, ainda de acordo com o texto, as doenças transmitidas por vetores de maior importância epidemiológica são a malária, dengue, doença de chagas, leishmaniose, filariose linfática, esquistossomose e tracoma. Epidemiologista e especialista em vetores, Paulo Sabroza lembra que a malária continua como a principal doença no mundo pela sua frequência e pelos casos de mortalidade.

Em 2012, a doença causou 627 mil mortes, com um total de 207 milhões de infectados. No Brasil, porém, a situação é diferente. "Não consideramos a malária como principal causa de adoecimento e morte no Brasil, embora ela tenha importância em algumas partes da Amazônia. A situação de 20 anos pra cá mudou bastante no país e o principal problema de saúde no campo das doenças transmitidas por vetor é a dengue. Não em termos de morte, mas em relação ao número de casos e ao desenvolvimento de processos epidêmicos”, disse.

Sabroza afirma que é difícil estabelecer um ranking mundial das doenças pelas diferentes formas de os vetores se adaptarem aos ecossistemas. No Brasil, entretanto, após a dengue, ele aponta a leishmaniose visceral e a malária como os mais importantes. 

Doenças e seus vetores

Malária: A malária é uma doença infecciosa, febril, causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitido ao homem, na maioria das vezes, por mosquitos infectados. No Brasil existem três espécies de Plasmodium que afetam o ser humano. O mais agressivo é o P. falciparum, que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do total de hemácias (glóbulos vermelhos) e provocando um quadro de anemia grave. 

Leishmaniose: As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos. A leishmânia é transmitida ao homem por insetos vetores ou transmissores, os flebotomíneos — conhecidos por diferentes nomes no Brasil, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui e anjinho.

Doença de Chagas: Causada por protozoários do gênero Trypanosoma, que parasitam o sangue e os tecidos de pessoas e animais, geralmente transmitidos de um hospedeiro a outro por insetos. No caso humano, o principal vetor é um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão. Assim que o barbeiro termina de se alimentar do sangue de um indivíduo, ele defeca, eliminando os protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima.

Febra amarela: A febre amarela é provocada por um arbovírus do género flavivirus. A doença é transmitida por diferentes espécies dos mosquitos Aedes e Haemogogus, que carregam o vírus de um hospedeiro para outro. Existem três ciclos possíveis de transmissão: silvestre, que ocorre em florestas tropicais; intermediário, que acontece em partes úmidas ou semiúmidas da África, em que mosquitos semidomésticos (que se reproduzem na floresta e próximo de domicílios) infectam tanto macacos, como seres humanos; e urbana.

Dengue: No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica. O Aedes aegypti tem se caracterizado como um inseto de comportamento estritamente urbano. Devido à presença do vetor no ciclo de transmissão da doença, qualquer epidemia de dengue está diretamente relacionada à concentração da densidade do mosquito, ou seja, quanto mais insetos, maior a probabilidade de elas ocorrerem.

Leia a notícia na íntegra no site da Ensp.

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