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Nova edição de 'História, Ciências, Saúde – Manguinhos' está disponível no Scielo


29/01/2015

Fonte: COC/Fiocruz

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Marcada pela diversidade temática, a nova edição de História, Ciências, Saúde – Manguinhos está disponível integralmente para consulta no portal Scielo. O artigo que abre este número revisita o pensamento social brasileiro das décadas de 1920 e 1930 para analisar o discurso do excesso sexual como marca da brasilidade. Os 18 textos abordam questões que vão dos 50 anos do livro Boys in White, obra clássica da pesquisa qualitativa em sociologia, às contestações feitas pela chamada medicina do envelhecimento à geriatria e à gerontologia, passando por uma discussão sobre o lugar da educação física no Brasil monárquico.

Em seu artigo, Cristiane Oliveira, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia, aponta que, ao debruçar-se sobre o tema do excesso sexual, o pensamento sociológico brasileiro da primeira metade do século 20 tratou-o ora como um elemento perturbador do projeto civilizatório nacional, ora como um traço que foi positivado por ter sido a condição que possibilitou a hibridização cultural como parte constitutiva da nação brasileira.

No trabalho Medicina antienvelhecimento: notas sobre uma controvérsia sociotécnica, o psicólogo Antônio Nogueira Leitão e a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro discutem os questionamentos feitos pelos adeptos dessa prática médica à geriatria e à gerontologia. Com pouco mais de 20 anos de existência, a medicina do envelhecimento busca desacelerar o envelhecimento por meio da realização de atividades físicas e de dietas específicas, da administração emocional e do estresse e, principalmente, da modulação hormonal.

Outro trabalho examina como os geneticistas contemporâneos que estudam a configuração da sociedade brasileira – incluindo questões como escravidão e identidade étnica – interagem com outras disciplinas, como a história. Este número inclui também um texto sobre as estratégias de controle existentes no trabalho em uma mina de ouro em Minas Gerais, bem como as doenças aos quais os trabalhadores eram acometidos e as mudanças resultantes da implementação da legislação trabalhista no governo Vargas.

Professores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Everaldo Duarte Nunes e Nelson Filice de Barros dedicam seu artigo ao livro Boys in White: student culture in medical school, um trabalho etnográfico sobre a formação de médicos na Universidade de Kansas (EUA). O texto traz uma análise da trajetória da obra, dos autores – Howard S. Becker, Blanche Geer, Everett C. Hughes e Anselm Strauss – da pesquisa qualitativa e dos estudantes de medicina, ressaltando a importância do livro nas origens da sociologia médica e da sociologia da educação médica.

Esta edição reúne ainda artigos que abordam questões como os posicionamentos governamentais sobre a educação física no Brasil monárquico; os hospitais universitários federais e suas missões institucionais no passado e no presente; a dinâmica da produção de conhecimento no Ambulatório de Menopausa da Unicamp; a autoproclamada escola boveriana no contexto do desenvolvimento da disciplina anatômica em São Paulo e no Brasil; e o papel da Chefatura de Polícia nos processos de internação em um hospital do Espírito Santo na segunda metade do século 20.

 

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