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Nova edição da 'HCS – Manguinhos' traz balanço de 2020

30/06/2021

César Guerra Chevrand (COC/Fiocruz)

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As dificuldades impostas pela emergência da pandemia de Covid-19 e os esforços para superá-las são a tônica do editorial da nova edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Assinada por Marcos Cueto, a Carta do Editor lamenta o impacto da tragédia no Brasil e no mundo, especialmente sobre as populações mais vulneráveis, e destaca as conquistas da revista, “em meio às incertezas que sufocaram os periódicos acadêmicos”. O número 2 do volume 28 (abril/junho de 2021) da HCS-Manguinhos já está disponível na íntegra no Scielo.

De acordo com Cueto, o aumento da visibilidade do campo da história da saúde resultou em crescimento significativo de audiência nos canais de comunicação da revista. Em 2020, foram mais de três milhões de acessos aos artigos no Scielo, contra 1,5 milhão em 2019. O ano de eclosão da pandemia foi marcado também pelo lançamento da seção História e Coronavírus, no blog da HCS-Manguinhos, reunindo textos de historiadores brasileiros e estrangeiros. Parte deste material também está sendo publicado na nova seção do periódico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), chamada Testemunhos Covid-19.

Criada na primeira edição deste ano, a seção da História, Ciências, Saúde – Manguinhos apresenta neste novo número quatro depoimentos, que analisam o impacto da Covid-19 no Peru, no Equador e no Brasil. No testemunho nacional deste número, a professora do Departamento de Sociologia e Ciências Políticas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Sandra Caponi explica como o enfrentamento da pandemia no estado segue o mesmo roteiro dramático de todo o país, com número crescente de casos e mortes. “Assim, podemos observar de que modo o negacionismo, a divulgação de falsas informações e a exposição à morte se associam em uma necropolítica que parece caracterizar a administração da pandemia no Brasil”, afirma a pesquisadora.

Análise

Nove artigos compõem a seção Análise da nova edição da HCS-Manguinhos, que tem a participação de pesquisadores do Brasil, México, França e Portugal. Entre eles, destaca-se o artigo Aportes das ciências sociais e humanas sobre família e parentesco: contribuições para a Estratégia Saúde da Família, de Michely de Lima Ferreira Vargas, da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. Com análises específicas sobre o contexto brasileiro, o estudo apresenta as contribuições de estudos clássicos de antropologia, sociologia e história sobre as origens, o papel social e as transformações da família ao longo do tempo.

Fontes e Resenhas

A seção Fontes apresenta o artigo Entre Alma-Ata e a reforma sanitária brasileira: o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde), 1979-1983, de Carlos Henrique Paiva e Gabriele Carvalho Freitas da Casa de Oswaldo Cruz. Entre os quatro textos da seção Resenhas, destaca-se o trabalho de Marta Ferreira Abdala-Mendes sobre José Reis: caixeiro-viajante da ciência, de Luisa Massarani, Mariana Burlamaqui e Juliana Passos, e José Reis: reflexões sobre a divulgação científica, de Luisa Massarani e Eliane Monteiro de Santana Dias.

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