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'Memórias do Instituto Oswaldo Cruz' tem novo número on-line


18/12/2013

Fonte: IOC

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Está on-line para acesso gratuito a mais recente edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Dentre os artigos publicados na edição está o estudo de pesquisadores brasileiros e angolanos que levou à otimização da técnica Kato-Katz (KK), amplamente utilizada no diagnóstico da esquistossomose. O estabelecimento da transmissão da malária em área urbana de Puerto Gaitán, na Colômbia, em decorrência principalmente da guerrilha, é apontado pela primeira vez no artigo de pesquisadores deste país e dos Estados Unidos. O número traz, ainda, uma pesquisa sobre o caso-controle da doença de Chagas, realizado na região do Rio Negro, no norte do Amazonas, e estudo que aponta a dinâmica do fator de necrose tumoral (TNF-α) e seus receptores solúveis durante diferentes estágios da hanseníase – inclusive, o de tratamento com a poliquimioterapia. Acesse a versão on-line do periódico.

Pequena mudança, grande diferença em técnica de diagnóstico da esquistossomose

Este estudo teve como objetivo otimizar a técnica Kato-Katz (KK), recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o melhor método de diagnóstico da esquistossomose. Ele utiliza amostras de fezes para análise e embora seja de fácil manipulação e baixo custo – qualidades que facilitem atividades de controle e monitoramento em áreas de difícil acesso – o KK oferece algumas limitações, tais como a impossibilidade de investigar amostras líquidas, dificuldade para detectar ovos do parasita causador da doença e o tempo de espera mínimo de 1h para análise do material. Em parceria com especialistas do Hospital Central Dr. António Agostinho Neto do Estado da Huíla, na Angola, pesquisadores do IOC integraram um fixador à base de acetato de sódio no kit. Sem encarecer o método, esta pequena modificação passou a facilitar a visualização dos ovos do verme de gênero Schistosoma e reduziu o tempo total de diagnóstico para menos de uma hora. 

Malária chega às grandes cidades

Embora a transmissão da malária nas Américas ocorra, de forma predominante, nas zonas rurais, a grande Puerto Gaitán, cidade colombiana do departamento de Meta que se desenvolveu através da exploração do petróleo e possui intensa atividade econômica, acaba de entrar para o rol dos quatro municípios urbanizados do país onde o vetor da doença ultrapassou as fronteiras do campo. Entre 2005 e 2010, Puerto Gaitán deixou de responder por 4% dos diagnósticos de Meta para concentrar 25%. As duas principais espécies de protozoários circulantes no país foram encontradas: Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum. Dentre os motivos para esta disseminação estão a intensa imigração para a região, tanto pelas oportunidades econômicas como, também, pela atuação das Forças Armadas Revolucionárias Colômbia (Farc) no interior; e a proximidade de rios e de reservas indígenas. Os achados são de pesquisadores da Secretaría Departamental de Salud del Meta e da Universidad Nacional, ambos na Colômbia, que realizaram o estudo em parceria com cientistas do New York State Department of Health e da State University of New York em Albany, nos Estados Unidos.

Morbidade de Chagas no Amazonas

Neste estudo de caso-controle sobre a morbidade da doença de Chagas na localidade de Barcelos, no norte do Amazonas, foram realizadas entrevistas, exames clínicos, laboratoriais e de imagem com 106 pacientes diagnosticados com a doença e 106 do grupo de controle. Os participantes de ambos os grupos vivem nos arredores do Rio Negro, onde uma das principais atividades é a extração da fibra de piaçava. Na entrevista, cerca de 62% reconheceram pelo menos uma das três espécies de triatomíneo apresentadas, o inseto transmissor do agravo. A grande maioria afirmou a ocorrência dele nas plantações de piaçava, próximas às comunidades ribeirinhas do Rio Negro. Dentre os diagnosticados, 25,8% afirmaram já terem sido picados, contra 11,7%, que negaram. O ecocardiograma de 22,6% dos pacientes estava alterado, contra 8,5% do grupo de controle. O estudo concluiu que a exposição de indivíduos à plantação de piaçava constitui um dos maiores fatores de risco para a doença na região. Desenvolvido por pesquisadores do IOC e do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), a pesquisa contou com a colaboração do Departamento de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização das Nações Unidas (OMS) e da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF/Brasil).

Respostas para a hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que acompanha uma série de eventos imunológicos e inflamatórios, desencadeados pela resposta do paciente ao Mycobacterium leprae, bactéria causadora da doença. Este estudo, desenvolvido por sete instituições e centros de pesquisa de Minas Gerais, avaliou os níveis de fator de necrose tumoral (TNF–α), importante citocina envolvida na manutenção desta resposta, bem como o de seus receptores solúveis (sTNF-R1 e sTNF- R2). O objetivo era determinar o papel destes agentes enquanto biomarcadores de gravidade da doença ou de resposta ao tratamento. Foi utilizado o soro de 37 pacientes com hanseníase, em diferentes estágios de poliquimioterapia, e de 30 indivíduos não-infectados. Os resultados mostraram aumentos nos níveis de TNF-α e de sTNF - R2 nos doentes – no entanto, o tratamento fez com que o TNF-α  caísse e o sTNF - R2 permanecesse igual. Os resultados corroboram relatos anteriores de níveis elevados de TNF-α nos casos de hanseníase e sugerem que o sTNF- R2 exerça um papel de controle desta citocina durante a poliquimioterapia.

Leia mais no site do IOC.

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