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Malária: pesquisa analisa casos da doença na região de Mata Atlântica


27/02/2015

Por Danielle Monteiro*

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Apesar de considerada eliminada desde 1968 no Rio de Janeiro, casos de malária que tiveram origem local, conhecidos como autóctones, ainda ocorrem em diferentes regiões cobertas por Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, sendo escassos os dados referentes às formas de transmissão e apresentação clínica da doença naquelas áreas. Foi a partir desta constatação que a estudante de doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) Anielle de Pina-Costa realizou um estudo inédito no estado, com estratégia de investigação de casos, adquiridos na região da Mata Atlântica, em que não havia histórico de deslocamento para áreas com transmissão local de malária.

A tese, orientada pelos pesquisadores da Fiocruz Patrícia Brasil, do Ambulatório de Doenças Febris Agudas, e Martha Mutis, em colaboração com Cláudio Ribeiro, ambos do Centro de Pesquisa Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPDMAL), avaliou os aspectos epidemiológicos, clínicos, sorológicos e moleculares de 14 casos atendidos entre 2006 e 2013 no INI. Foram identificados dois perfis epidemiológicos distintos de acordo com as áreas estudadas. Nos casos ocorridos nas regiões montanhosas (Guapimirim, Teresópolis, Sana, Macaé de Cima e Lumiar), o agente causador da doença encontrado é fenotipicamente diferente do Plasmodium vivax, parasita responsável por 85% dos casos de malária registrados no Brasil. Foram os primeiros casos de malária no Sana e em Guapimirim. “O resultado indica a possibilidade de existir diferentes espécies do parasita que, pouco patogênicas no homem, poderiam causar infecções subclínicas”, afirma a autora da tese.

O estudo ainda encontrou alta taxa de anticorpos para Plasmodium entre moradores de áreas próximas aos casos (50%), mas sem identificação do parasito no sangue dos indivíduos. Para a autora da tese, o achado acende um alerta para as autoridades de saúde da região: “a alta taxa de anticorpos para plasmódio em regiões não endêmicas indica a transmissão de malária na região e aponta para a necessidade de estudo ou triagem nos bancos de sangue locais, visando à redução do risco de transmissão da malária por via transfusional”, adverte.

Leia aqui a matéria completa.

*Reportagem publicada originalmente no jornal Linha Direta.

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