01/04/2009
Livro aponta retrato do policial militar carioca
Apresentar um diagnóstico das condições de trabalho, saúde e qualidade de vida de policiais militares da cidade do Rio de Janeiro é a proposta do livro Missão prevenir e proteger, coordenado por Marília Cecília Minayo, Edinilsa de Souza e Patrícia Constantino. Fruto de um estudo realizado por pesquisadores do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), a obra revela o retrato de um trabalhador que, apesar de demonstrar amor à profissão, acumula uma série de insatisfações – envolvendo o salário, as poucas perspectivas de crescimento profissional, a falta de reconhecimento pela população e pela corporação e o volume de tarefas aliadas a péssimas condições de execução.
A pesquisa, feita de 2005 a 2007, avaliou a opinião de 1.120 policiais sobre quatro conceitos centrais: risco e segurança, trabalho, saúde e qualidade de vida. Os resultados apontam um elevado nível de pressão física e estresse emocional: mais de 50% desses profissionais afirmam dormir mal, 48% se sentem nervosos, 35% se queixam de cansaço constante, 14% dizem chorar com frequência e 5% admitem que já pensaram em se matar. Um quarto dos policias se consideram incapazes de desempenhar um papel útil na vida e se submetem a atividades extremamente arriscadas por uma remuneração líquida de cerca de R$ 1 mil. O lançamento é da Editora Fiocruz.