11/03/2013
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
Uma das lutas mais tristes do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) chegou ao fim. Depois de quase 20 anos de seu desaparecimento, foi finalmente averbada a morte presumida do servidor da Fiocruz Jorge Careli. O documento, registrado no Cartório do 11º Registro Civil de Pessoas Naturais da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, equivale ao reconhecimento oficial pelo estado de que o trabalhador realmente faleceu.
Com isso, fecha-se um ciclo de um dos embates mais emblemáticos da história da Asfoc. Em 10 de agosto de 1993, Careli foi levado por policiais da Divisão Anti-Sequestro quando falava de um orelhão público na favela da Varginha, ao lado da Fiocruz. Confundido com um sequestrador, Careli, morador da comunidade do Amorim, também vizinha à Fundação, foi espancado, torturado e nunca mais apareceu. Na ocasião, a comunidade Fiocruz se mobilizou e organizou diversos atos públicos, sempre cobrando das autoridades a responsabilidade por seu desaparecimento.
No julgamento, o estado foi responsabilizado, mas, infelizmente, por falta de provas, os 22 policiais apontados como responsáveis pelo sequestro foram absolvidos. Em 2004, a Asfoc assumiu o processo para representar os interesses da família. Quase dez anos depois, finalmente foi expedido um documento ratificando o óbito do trabalhador da Fiocruz, desejo antigo da família e, principalmente, da mãe, Maria Careli. O Departamento Jurídico da Asfoc, junto à Fiocruz, estuda todas as possibilidades legais a partir deste momento, como um provável passivo trabalhista, auxílios pendentes, pecúlio etc.