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Historiador da Escola Nacional de Saúde Pública é novo editor científico da Editora Fiocruz


23/08/2013

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Após oito anos como editor científico, Ricardo Ventura Santos, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), deixou o posto na Editora Fiocruz para se dedicar a outros projetos – um deles é atuar como pesquisador visitante no Max Planck Institute for the History of Science, em Berlim, na Alemanha, onde ficará até o final de 2013. “Trabalhar na editoria científica da Editora Fiocruz foi uma das mais gratificantes experiências profissionais que já tive. Pude presenciar que a equipe cresceu e amadureceu. Hoje, sem dúvida, a Editora é uma referência no campo da editoração científica, com uma produção nas áreas da saúde que é amplamente reconhecida não só no Brasil, como também no exterior. Foi um privilégio acompanhar esse processo ao longo de quase uma década”, resume. Porém, a saída de Ricardo é apenas parcial: ele continua como editor de duas coleções – Temas em Saúde e Saúde dos Povos Indígenas – e assume um lugar no novo Conselho Editorial da Editora Fiocruz, que atuará de 2013 a 2015 e se reunirá pela primeira vez no próximo dia 28 de agosto.

Na editoria científica, permanece Gilberto Hochman, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), e, para substituir Ricardo, Carlos Machado de Freitas se junta à equipe. Com um currículo que se destaca pela multidisciplinaridade – graduação em história, mestrado em engenharia de produção e doutorado em saúde pública –, Carlos é pesquisador da Ensp/Fiocruz desde 1996. Apesar da experiência – já passou pelos conselhos editoriais de periódicos como Epidemiologia e Serviços de Saúde Revista Brasileira de Saúde Ocupacional –, considera um desafio fazer parte da Editora. “A experiência de editor de livros é totalmente diferente. Em um contexto dominado pelos artigos, valorizar os livros é uma imensa responsabilidade. Os artigos são uma forma de informação e comunicação rápida e curta, de importância fundamental, mas requerem um contraponto: os livros, que são produtos mais ‘demorados’ e exigem uma leitura mais atenta. Nos tempos atuais, resgatar o valor da obra – o livro constitui uma totalidade, mesmo que dividido em capítulos e com vários autores – é um desafio muito bacana de ser enfrentado”, explica.

Carlos lembra, ainda, que, em uma editora acadêmica, além da preocupação literária com o conjunto da obra, deve-se respeitar também os critérios de avaliação do conteúdo científico. “Na minha formação, foi muito importante um livro escrito no final dos 1970 por Lyotard, grande pensador da pós-modernidade. Ele chamava a atenção para o fim das grandes narrativas e a emergência das narrativas fragmentadas. Já anunciava, em certa medida, o boom dos artigos, que vivemos hoje. Essa referência do Lyotard, ainda hoje, ajuda a refletir sobre o papel de uma editora acadêmica, que não só dissemina o conhecimento científico, mas, em especial, participa dos processos formativos dos estudantes”, afirma.

Como autor de livros, o agora também editor científico Carlos Machado de Freitas tem uma trajetória interessante. Na Editora Fiocruz, seus primeiros títulos – Acidentes Industriais Ampliados (2000) e Promoção da Saúde (2003) – foram coletâneas, nas quais ele atuou como um dos organizadores. A terceira experiência foi um livro autoral – Saúde, Ambiente e Sustentabilidade (2006) –, em parceria com Marcelo Firpo. Mais tarde, em 2011, publicou sozinho Um Equilíbrio Delicado, desta vez pela Editora Garamond. “O meu percurso como autor é muito gratificante: começa com obras mais coletivas e segue em direção às mais autorais. E estas últimas também mais voltadas à divulgação científica – Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, da Coleção Temas em Saúde, para estudantes na graduação ou iniciando a pós, e Um Equilíbrio Delicado, da Coleção Desafios do Século XXI, para adolescentes. Livros que realmente exigiram um planejamento da narrativa”, comenta. Fôlego de autor que Carlos passa a investir também na nova função de editor científico.

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