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Há 140 anos, nascia Oswaldo Cruz. Relembre a história do médico e sanitarista

Inúmeras fotos de Oswaldo Cruz, em montagem

08/08/2012

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Por: Luciana Medina/Fiocruz

No último domingo (5/8) completaram-se 140 do nascimento daquele que é considerado um pioneiro na medicina experimental e idealizador de um novo modelo de gestão em saúde pública no Brasil, o médico e sanitarista Oswaldo Cruz. Nascido em 1872, em São Luiz do Paraitinga (SP), sua memorável trajetória de dedicação à ciência e à saúde começou quando ingressou na faculdade de medicina, aos 15 anos, no Rio de Janeiro. Seu interesse pela microbiologia o levou a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa e a publicar artigos antes de terminar o curso.

Após concluir o curso de graduação em 1892, Oswaldo Cruz conseguiu realizar um de seus sonhos: ingressou no Instituto Pasteur de Paris, na França, para especializar-se em bacteriologia, em 1896. Ao retornar da Europa, encontrou o porto de Santos assolado por uma epidemia de peste bubônica que ameaçava atingir também a cidade do Rio de Janeiro, já contagiada pela febre amarela, à malária e a varíola. Logo se empenhou no combate à doença e ingressou no Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900 para fabricar o soro antipestoso e que mais tarde daria origem ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), localizado na antiga Fazenda de Manguinhos. Em seguida, em 1902, assumiu a direção geral do instituto e decidiu ampliar suas atividades, dedicando-se também à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos. Foi nomeado, em 1903, diretor-geral de Saúde Pública, cargo correspondente atualmente ao de Ministro da Saúde.

Durante esse período, Oswaldo Cruz conseguiu controlar o surto destas doenças reformando o Código Sanitário e remodelando os órgãos de saúde pública. Realizou campanhas de saneamentos e utilizou o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico. Convicto da eficiência de suas ações, tomou algumas medidas polêmicas, gerando revolta na população que criticava a imunização obrigatória e a reforma urbana que derrubou cortiços e favelas. Duramente criticado pela imprensa, em 1904 a oposição chegou ao ápice, eclodindo na Revolta da Vacina.

Expedições científicas

Mais tarde, Oswaldo Cruz provou estar certo e obteve reconhecimento, erradicando a febre amarela do Rio de Janeiro, em 1907. No cenário internacional seu prestígio tornou-se incontestável e em 1908 levou a população a formar filas nos postos de vacinação, após uma epidemia de varíola. Ainda nesse ano, o governo rebatizou o Instituto Soroterápico Federal como Instituto Oswaldo Cruz. No ano seguinte, abandonou o cargo público e dedicou-se exclusivamente ao instituto. Na época, fez importantes expedições científicas e campanhas sanitárias que possibilitaram a ocupação do interior do país.

Em 1913, o cientista foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Por motivo de saúde, deixou a direção do instituto e mudou-se para Petrópolis, onde assumiu a prefeitura, mas não conseguiu ficar por muito tempo. Faleceu aos 44 anos de insuficiência renal, em 11 de fevereiro de 1917, mas deixou para a história o Instituto de Manguinhos e sua trajetória de dedicação à saúde pública e à ciência.

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