Fiocruz realiza 14º Fórum de Laboratórios de Referência

Evento homenageou pesquisadores veteranos da Fiocruz. Foto: Peter Ilicciev (CCS)

O 14º Fórum de Laboratórios de Referência e NB3 da Fiocruz, realizado no dia 16/11, reuniu representantes de laboratórios das diversas unidades da instituição, e contou com a presença do presidente da Fiocruz, Mario Moreira; da diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (DEDT/SVSA/MS), Alda Cruz; e da coordenadora de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/DAEVS/SVSA/MS), Marilia Santini de Oliveira. A coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz (CVSLR), Tania Maria Peixoto Fonseca deu início ao evento com uma homenagem ao pesquisador e ex-vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Corrêa-Oliveira (1956-2023). Também foram homenageados pesquisadores veteranos atuantes em laboratórios de referência da Fiocruz, que receberam placas de reconhecimento por sua competência e dedicação à saúde pública.

Após formalizar a nomeação de Tânia Fonseca como coordenadora, substituindo Rivaldo Venâncio (agora assessor especial da Presidência), Mario Moreira destacou a prioridade que o atual governo federal e o Ministério da Saúde têm dado às ações de vigilância em saúde e aos laboratórios de referência, lembrando que “a criação da CVSRL, em 2017, foi uma das iniciativas mais acertadas da gestão institucional, não só para garantir a transversalidade dessas atividades na Fundação e junto ao Ministério, mas também fazendo uma articulação importantíssima com os Laboratórios Centrais em todo país”. Ele ressaltou a importância da Coordenação em viabilizar recursos “para ampliar a capacidade dos nossos laboratórios com novos equipamentos, o que é fundamental para assegurar a contribuição da Fiocruz para o enfrentamento dos desafios nacionais e globais para garantir a saúde das populações”.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, destacou a prioridade dada pelo atual governo à vigilância em saúde. Foto: Peter Ilicciev (CCS)

Em sua intervenção, Tânia Fonseca fez a prestação de contas e apresentou resultados alcançados pela CVSRL ao longo de sete anos de atuação, que classificou como “fruto da construção coletiva, de uma visão solidária e de cooperação, equanimidade e transparência nas atividades de vigilância em saúde realizadas na Fiocruz”. A coordenadora ressaltou a importância de parcerias internas e externas na articulação dos laboratórios de referência da Fundação, para ampliar ações do Ministério da Saúde e demais órgãos gestores do SUS na resposta a situações sanitárias relevantes e de emergência. Ela apontou que o esforço institucional possibilitou também a ampliação da captação de recursos para a aquisição de equipamentos modernos e melhoria da infraestrutura de seus laboratórios de referência, citando como exemplo “o funcionamento pleno de todos nossos laboratórios NB3, a serviço do MS, de universidades e outras instituições, incluindo organizações internacionais, como a OPAS e a OMS”.

Na palestra sobre Estratégias para as Doenças em Eliminação e Arboviroses para 2024, Alda Cruz expôs as atividades do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), já apresentado ao Conselho Deliberativo da Fiocruz em setembro. Criado pelo MS e executado com a participação de diversos ministérios, o CIEDDS visa a eliminação, até 2030, da tuberculose e outras doenças determinadas socialmente como problemas de saúde pública no país. A diretora abordou ainda iniciativas do Grupo de Trabalho Ação de Saúde na Amazônia (GT-ASA), também com articulação interministerial e apoio de organizações internacionais, para realizar ações que visam a ampliação do acesso ao SUS das populações em vulnerabilidade social na região amazônica, adotando a biodiversidade como eixo de desenvolvimento sustentável, articulado à pesquisa científica para a produção de novos conhecimentos e tecnologias.

Alda Cruz ministrou palestra sobre estratégias para as doenças em eliminação e arboviroses em 2024. Foto: Peter Ilicciev (CCS)

A diretora do DEDT apresentou um panorama da incidência das arboviroses nos diversos estados e regiões do país, com a previsão de aumento de casos de Dengue, Zika e Chikungunya em 2024, e 50% dos municípios em estado de risco e alerta. Entre as estratégias planejadas para seu enfrentamento, estão o apoio técnico e financeiro aos estados, para implantação de novas tecnologias e o manejo integrado de vetores, além de promover maior interface com outras políticas públicas e realizar campanhas de mobilização social. Neste sentido , ela fez questão de reafirmar “a forte ligação do MS com os movimentos sociais para o desenvolvimento de ações de saúde e qualidade de vida, como o fortalecimento da campanha pela vacinação, que tem sido uma bandeira desse governo”.

Marilia Santini detalhou, na palestra Perspectivas e Ações da CGLAB 2024, aspectos da estrutura, execução orçamentária e resultados alcançados pelo Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab). A coordenadora - que integrou a CVSLR até assumir o cargo em setembro deste ano – apresentou dados atualizados, que mostram que a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (RNLSP), formada por 7,2 mil laboratórios executores (sendo 227 nas fronteiras) que compõem a primeira linha de resposta laboratorial a qualquer emergência em saúde pública em território nacional, realizou mais de 6 milhões de exames em 2023. Marília, apontou desafios e estratégias da CGLAB/MS para seu enfretamento, entre elas “a atualização da regulamentação, que já tem quase 20 anos, incluindo aí investimentos na estrutura e a integração de laboratórios e áreas de vigilância, alerta e resposta, com a criação de uma Política Nacional de Laboratórios de Saúde Pública”. Ela anunciou ainda que serão realizados esforços para melhoria do sistema de informação, com a inclusão de agravos e metodologias de vigilância, além de buscar maior agilidade nos processos de aquisição de equipamentos e serviços.