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Fiocruz produzirá vacina 100% nacional contra a Covid-19


02/06/2021

Erika Farias (CCS/Fiocruz) / Fotos: Pedro Paulo Rangel (INCQS/Fiocruz)

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Nesses últimos dias, o orgulho de ser Fiocruz falou ainda mais alto. Na terça-feira (1º/6), foi assinado o contrato de Transferência de Tecnologia da vacina Covid-19 com a AstraZeneca para a produção 100% nacionalizada do imunizante. Já nesta quarta-feira (2), chegaram à Fundação os bancos de células e de vírus, considerados o coração da tecnologia para a produção, para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional da vacina Covid-19 Fiocruz.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, falou sobre o momento. “Hoje é um dia histórico para a Fiocruz e para as ações de enfrentamento à Covid-19 no Brasil. Recebemos este banco de células que dará início a toda produção do IFA nacional. Com esta realização, teremos autonomia na produção da vacina e poderemos reforçar tanto o programa de imunizações do nosso país, quanto ações futuras, inclusive de solidariedade com outros países no enfrentamento à pandemia”, afirmou.

A importância do trabalho e o empenho dos profissionais da instituição foram ressaltados pela presidente. “Quero agradecer imensamente as trabalhadoras e aos trabalhadores de Bio-Manguinhos, incansáveis em todo o processo. Apenas esse trabalho coletivo de toda a Fiocruz, mas sobretudo Bio-Manguinhos, com a sua história de transferência de tecnologia, de produção de insumos para o SUS. Só a partir desse esforço coletivo chegamos ao resultado de hoje. Parabéns Fiocruz, parabéns Bio-Manguinhos”, finalizou.

Autossuficiência e orgulho

O diretor de Bio-Manguinho, Maurício Zuma, comemorou. “A partir de agora nós vamos poder dar passos concretos para a produção da vacina totalmente nacional. Isso é da maior importância, não só para iniciar o processo, para esse momento presente, mas para o futuro, porque significa a autossuficiência de Bio-Manguinhos, da Fiocruz e do Brasil na produção dessa vacina”, afirmou.

Para receber os bancos de células e de vírus, estiveram presentes na manhã de hoje (2/6) em Bio-Manguinhos como representantes do Conselho Deliberativo a diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chegas (INI), Valdiléa Veloso, e o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), José Paulo Gagliardi; e o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Paulo Garrido; além dos vice-presidentes de Produção e Inovação em Saúde e de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger e Mario Moreira; e do cônsul-geral britânico, Simon Wood.

“Vamos sair dessa instabilidade de nos enviarem IFA e com isso, a Fiocruz vai poder produzir a vacina na quantidade que nós precisamos.  É uma satisfação saber que podemos incorporar essa tecnologia e chegar a esse nível de autonomia, que é produzir o nosso próprio IFA”, afirmou Valdiléa Veloso.

Para o diretor do IOC, o momento é emblemático. “Enquanto pesquisador do IOC, esse momento em que nós vamos iniciar a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo no Brasil, isso é de suma importância para o Brasil. Outro aspecto é como cidadão brasileiro. Temos que ter muito orgulho das atividades que estão sendo feitas nas instituições públicas”, disse José Paulo.

Paulo Garrido também comemorou a conquista. “É um momento que reafirma o projeto originário da Fiocruz”, afirmou. “É hora de reafirmar a valorização dos serviços e dos servidores públicos, do fortalecimento da ciência e da tecnologia e do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressaltou.

Processo de produção

O banco de células e o de vírus passarão pelo processo produtivo de descongelamento e seguirão para as demais etapas de produção do IFA: expansão celular, biorreação, rompimento celular e tratamento enzimático, clarificação, purificação, concentração e condicionamento, formulação do IFA, filtração final, congelamento e controle de qualidade do IFA.

A produção do IFA nacional passa por uma série de etapas que podem durar alguns meses e se iniciará em junho. As etapas incluem a produção inicial de dois lotes de pré-validação e três de validação, que passarão por testes de comparabilidade pela AstraZeneca, até alcançar a produção em larga escala.

Paralelamente, na modalidade de submissão contínua junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão elaboradas as documentações necessárias para solicitar a alteração no registro da vacina, incluindo o novo local de fabricação do IFA, condição necessária para entrega do produto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A expectativa é que as primeiras doses 100% nacionais sejam entregues em outubro. As instalações terão a capacidade de produção de IFA para cerca de 15 milhões de doses da vacina por mês.

 

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