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Fiocruz participa do Inad Brasil 2022


28/04/2022

Ascom/Cogepe

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A Fiocruz e a Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) estiveram à frente da organização de evento virtual em celebração ao Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído (International Noise Awareness Day – Inad), que discutiu os efeitos do ruído na infância. Marta Ribeiro, do Núcleo de Ambiências e Ergonomia (NAE/CST/Cogepe), mediou o debate que contou com a presença de Mariana Nakashima, do Ibama, Márcia Soalheiro, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp), Fernanda França, do Museu da Vida Fioruz, e Andréa Veloso, Adriano Nepomuceno e Luiz Fernando Souza, da Creche Fiocruz. A íntegra do evento Inad Brasil 2022 pode ser assistida no canal da Cogepe no YouTube

Mesa de abertura 

A Coordenadora de Saúde do Trabalhador da Fiocruz (CST/Cogepe), Marisa Augusta Oliveira, exaltou a escolha da temática associada à saúde na infância que “revela coerência” com o entendimento institucional de transversalidade da saúde. Representando a Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac), falaram Maria Lígia Niemeyer e Krisdany Cavalcante, que lembrou da mudança do conceito de saúde auditiva, sobretudo, em um momento que o meio eletrônico ocupa mais espaço no dia a dia das pessoas. 

Projeto Silêncio 

A analista ambiental do Ibama, Mariana Nakashima, compartilhou informações sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora, conhecido como Programa Silêncio, além de abordar aspectos históricos da atuação do Ibama na questão do enfrentamento da poluição sonora. Mariana ressaltou marcos nacionais sobre o tema, como por exemplo, a publicação, em 1990, da Resolução nº 1, do Conselho Nacional de Meio-Ambiente (Conama), que chamava atenção para o problema da emissão e controle de ruídos. “A ideia era perceber como o ruído e a poluição sonora nos cercam e quais são os impactos para a saúde humana e meio ambiente”. 

Ainda em 1990, o Conama publicou uma segunda Resolução, criando o Programa Silêncio. A iniciativa, segundo Mariana, está calcada em diversos objetivos, entre eles, o incentivo à fabricação e uso de equipamentos com menor intensidade de ruído e o controle da poluição sonora por meio da atuação de órgãos ambientais federais e estaduais. Mariana também falou sobre uma das ações coordenadas pelo Ibama, o Selo Ruído, cuja intensão é informar aos consumidores sobre o nível de ruído de equipamentos, como secadores de cabelo, liquidificadores e aspiradores de pó. 

Efeitos do ruído na infância 

Marcia Soalheiro, do Cesteh/Ensp, centrou sua apresentação na vulnerabilidade auditiva de crianças com até cinco anos de idade. Ela explicou que o processo de amadurecimento auditivo é lento e acontece até os três anos. “A criança nasce com a capacidade de ouvir, mas não significa que o ouvido esteja totalmente maturado”. Neste momento, explicou Márcia, a criança apresenta comportamento exploratório e não reconhece exposições de ruído potencialmente nocivos à audição.  

Marcia destacou alguns dos principais impactos causados pela exposição auditiva: perda de audição e equilíbrio, dor de cabeça, diabetes, obesidade, alterações cognitivas e comportamentais, entre outros. “Precisamos reconhecer o risco, democratizar informações, integrar ações, definir projetos, programas, construir agendas e definir planejamento”, sugeriu Márcia como medidas a serem adotadas. 

Ações institucionais

Os profissionais do Museu da Vida e da Creche Fiocruz expuseram iniciativas desenvolvidas no dia a dia com foco na educação. Fernanda França, do Museu da Vida, falou sobre o projeto Ciência Móvel, espaço interativo de divulgação e popularização da ciência. A equipe da Creche Fiocruz compartilhou práticas pedagógicas utilizadas para que as crianças interajam com diferentes sons. Para a pedagoga Andrea Veloso é importante reconhecer a vulnerabilidade e o cuidado com a exposição, mas sem esquecer que os sons, o ruído, estão presentes no cotidiano e se caracterizam como movimento, exploração. “Os sons provocam sorrisos, descontentamentos. Poder ouvir a criança que se sensibiliza e percebe quando uma música está mais alta. A gente precisa ter um olhar para a especificidade de cada segmento, de cada faixa etária”, explicou Andrea.

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