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Fiocruz inicia Programa de Pesquisa Translacional em Saúde Única


21/07/2023

Cristiane Boar e Elisandra Galvão (VPPCB/Fiocruz)

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As atividades do Programa de Pesquisa Translacional em Saúde Única (Fio-Saúde Única) começaram a ser realizadas na Fiocruz. O Fio-Saúde foi instituído em março deste ano com a publicação da Portaria nº 153, assinada pelo presidente da instituição, Mário Moreira. O novo programa, vinculado à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), é voltado para fortalecer a atuação transversal dos profissionais que atuam na Fundação e promover a articulação e a integração com outros trabalhadores da Fiocruz e de instituições parceiras. A atuação transversal considera a interdependência entre a saúde humana, a saúde animal e o ambiente.

O Fio-Saúde Única responde a consultas e promove parcerias intra e interinstitucionais no âmbito da saúde única; orienta, promove, organiza, integra e estimula a implementação de ações de extensão, pesquisa, desenvolvimento científico e tecnológico, inovação, serviços de saúde, educação, capacitação, informação e comunicação - envolvendo saúde humana, animal e ambiental, nos preceitos da saúde única e com base na missão institucional da Fiocruz. Além de prospectar fomentos para iniciativas institucionais de saúde única e atualizar, continuamente, a identificação de programas, projetos e ações desenvolvidas intra e interinstitucionalmente para impulsionar e incentivar as áreas de interesse institucional, local, regional e nacional.

Para a vice-presidente da VPPCB/Fiocruz, Maria de Lourdes Oliveira, o início do Fio-Saúde Única é um março para a instituição porque permitirá ampliar sua atuação e parcerias a partir de um olhar ampliado e integrado sobre saúde humana, animal e meio ambiente, que é uma das questões de importância global hoje.

Na avaliação da coordenadora geral do Fio-Saúde Única, Carla Campos, do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), o programa vem se somar a outras iniciativas e abordagens integradoras praticadas na instituição que ganham importância crescente frente às alterações ambientais e climáticas em curso. “Espera-se que, cada vez mais, sejam necessárias equipes multiprofissionais e transdisciplinares que atuem em benefício das saúdes humana, animal e ambiental, para respostas rápidas, efetivas e abrangentes, capazes de prevenir ou reduzir impactos sobre as vidas de todos e sobre as economias dos países. Quanto mais extensa e diversa for a nossa rede, mais forte seremos! Se você trabalha dentro da abordagem de saúde única ou gostaria de começar a trabalhar, está convidado a compor a nossa rede, em formação”, destacou.

Além da coordenadora geral, há três coordenadores adjuntos, Elba Lemos, do Instituto Oswaldo Cruz; Marcia Chame, da Plataforma Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS/Fiocruz); e Ricardo Moratelli, coordenador executivo da Fiocruz Mata Atlântica. Para Elba Lemos, que é pesquisadora e coordenadora de serviços de referência de zoonoses (hantaviroses e febre maculosa brasileira), fica claro o quanto uma abordagem de saúde única é estratégica para uma efetiva e oportuna detecção de ameaça à saúde humana e para a instituição de ações de controle e prevenção, especialmente em regiões onde há maior risco de surgimento de novas zoonoses transmitidas por animais silvestres.

Marcia Chame observou que a saúde humana é o efeito complexo de múltiplas interrelações e interdependente da saúde, da biodiversidade, do ambiente compartilhado, da cultura, da sociedade e suas formas de produzir e consumir. E a saúde única se estabelece como novo desafio. “Nós da Fiocruz levamos alguma vantagem. Nosso universo de ações e conhecimentos abarca as múltiplas interfaces, ainda que sempre nos falte mais conhecimento, novas perguntas e desafios para enfrentar as transformações evolutivas complexas da natureza e da sociedade humana. Para avançar, a inspiração para a saúde única está em casa, na releitura dos trabalhos de Carlos Chagas, Henrique Aragão, Oswaldo Cruz, entre tantos outros. Passos adiante, integrar e sintetizar conhecimentos, preencher lacunas, reunir saberes e competências e deles extrair novos caminhos e transformá-los em políticas públicas que induzam a verdadeira saúde única. Muita ousadia, mas estamos acostumados a perseguir grandes sonhos”, pontuou.

Ainda sobre o papel do novo programa, Ricardo Moratelli destacou que o Fio-Saúde Única veio para fortalecer e integrar as ações que grupos de pesquisa das diferentes unidades da Fundação já desenvolvem para enfrentar as ameaças à saúde na interface animal-humano-ambiente, sob a abordagem multidisciplinar da saúde única. “A articulação dessas equipes favorecerá comunicações e respostas mais rápidas e efetivas, com melhores resultados nas pesquisas e ações integradas e coordenadas. A articulação também facilita a identificação de demandas por áreas, a orientação de prioridades de investimento e a organização de cursos de capacitação”.

 

 

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