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Fiocruz inicia campanha de divulgação do Guia de Integridade em Pesquisa


13/03/2023

David Barbosa e Laura Marques (CCS)

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Orientar sobre boas práticas relacionadas à produção científica e nortear a atuação dos pesquisadores da instituição. Estes são alguns dos objetivos do Guia de Integridade em Pesquisa da Fiocruz, documento aprovado em novembro de 2019 pelo Conselho Deliberativo e que, neste início de ano letivo, é tema de campanha promovida pela Presidência. 

Resultado de um trabalho coletivo coordenado pela Comissão de Integridade em Pesquisa (CIP) e disponível no Portal Fiocruz, o Guia reúne orientações sobre temas como autoria, conflitos de interesse, plágio e relação orientador-aluno. Para divulgá-las, uma série de cards será enviada semanalmente pela lista Pesquisadores-L e pelas linhas de transmissão de WhatsApp institucionais a partir deste mês. 

Em entrevista à Coordenação de Comunicação Social da Presidência (CCS), o coordenador da CIP, Sergio Rego, destacou o caráter participativo do processo de elaboração do documento, que passou por consulta pública e recebeu contribuições da comunidade Fiocruz antes de ser finalizado, e ressaltou: “O Guia é um norteador. Ele apresenta os princípios gerais, o que compete à Fiocruz para garantir um ambiente saudável, íntegro para a pesquisa. É um compromisso que todos nós assumimos”. 

CCS: Em que contexto surge o Guia de Integridade em Pesquisa? Como foi seu processo de elaboração? 

SR: O processo durou cerca de sete meses. Montou-se um grupo de trabalho com representatividade das diversas Vice-Presidências e dos diferentes tipos de pesquisas que são feitas na Fiocruz. Depois, pedimos a cada unidade que nos enviasse o material que já tivessem elaborado sobre integridade em pesquisa. A partir desse conteúdo, levando em consideração o que já estava circulando na instituição, passamos a identificar quais eram os principais problemas e as normas nacionais e internacionais para fundamentar o Guia. Todo o processo foi de muita discussão e entendimento. Fizemos o mesmo com as contribuições da consulta pública: discutimos a pertinência de cada sugestão, com a preocupação de não entrarmos em questões muito específicas de um determinado tipo de pesquisa, pois cada unidade ficaria responsável por adaptar o conteúdo à sua rotina.  

CCS: E quais são os principais objetivos do Guia de Integridade em Pesquisa? Como ele deve ser utilizado pela comunidade científica da Fiocruz? 

SR: O Guia é um norteador. Ele apresenta os princípios gerais, o que compete à Fiocruz para garantir um ambiente saudável, íntegro para a pesquisa. É um compromisso que todos nós assumimos. Somos uma instituição pública. Temos que demonstrar que os interesses públicos se sobrepõem aos interesses privados e individuais. O Guia é também uma possibilidade de aprendizado. É importante reconhecer que podem existir aspectos relacionados à prática de pesquisa que talvez nunca se tenha pensado, ou que se tenha sempre visto acontecer de determinada forma, sem que se questione se aquela é a maneira mais adequada.  

CCS: Como o pesquisador deve proceder em casos de conflitos de interesses? 

SR: Depende para onde você submete (o projeto de pesquisa). Se você submete à agência financiadora, deve declarar o conflito a ela, por exemplo. Mais do que declarar o conflito, você tem que explicitar como e o que vai fazer para que ele não interfira na avaliação. Ou seja, você precisa deixar que a transparência demonstre a sua integridade. Isso remete a um conceito ao qual a Fiocruz está bastante integrada, o conceito de ciência aberta. 

CCS: Outro tema que tem ganhado relevância é a segurança de dados. A que questões de integridade os pesquisadores devem estar atentos quando se trata desse assunto? 

SR: A segurança de dados é uma preocupação que todos devem ter. Todos devemos ter registros dos nossos dados de pesquisa, e esses registros devem estar disponíveis. Cada tipo de pesquisa tem suas estratégias de registros. O cuidado com essa integridade dos dados e, ao mesmo tempo, com a acessibilidade deles deve ser uma preocupação permanente do pesquisador.  

CCS: A relação orientador-orientando também é atravessada por questões de integridade que, muitas vezes, se apresentam de maneira um tanto nebulosa. Quais são os principais pontos aos quais se deve estar atento para preservar a integridade do trabalho de orientação? 

SR: O orientador tem que acompanhar o trabalho do orientando. Deve fazer críticas, estar presente, sugerir bibliografia. O estudante tem que discutir a pertinência, acatar o que couber. Deve ser uma relação de confiança e de abertura, e deve-se ter sempre muito cuidado com o que cada um escreve para poder orientar adequadamente.  

CCS: O guia alerta sobre alguns pontos que configuram má conduta científica. Como se deve agir caso se verifique alguma situação que ameace a integridade da pesquisa? 

SR: Se houver materialidade, a pessoa deve apresentar a denúncia à Ouvidoria. Se for um caso de dúvida sobre alguma questão, é possível consultar a CIP pelo e-mail cip@fiocruz.br, e daremos as orientações cabíveis. A CIP é um colegiado, são várias pessoas pensando em um problema. É importante que as pessoas conheçam o Guia e compreendam que estamos em uma instituição pública que, além do compromisso com a ciência, tem um compromisso com a população. 

LEIA MAIS: Saiba como se inscrever na lista Pesquisadores-L 

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