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Fiocruz e Uema identificam sete novas espécies de helmintos parasitos de peixes


15/01/2024

Max Gomes (IOC/Fiocruz)

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Sete novas espécies de helmintos, conhecidos popularmente como vermes, foram descobertas por meio de um estudo conduzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Os parasitos foram encontrados em peixes coletados no Acre, Maranhão e Minas Gerais. Os achados foram publicados no periódico Parasite e na Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária.

A nova espécie ‘Cosmetocleithrum ludovicense’ carrega em seu nome homenagem à população de São Luís, no Maranhão, onde foi encontrada (foto: Reprodução)

 

A descoberta é considerada de relevância para o campo da parasitologia por contribuir para o entendimento da biodiversidade desses organismos. Além disso, o achado tem implicações práticas para a piscicultura nas regiões, uma vez que infestações por esses parasitos podem ser letais para os peixes cultivados. As espécies não oferecem riscos para a saúde humana.

O artigo é de autoria de Augusto Leandro de Sousa Silva, doutorando em Ciência Animal da Uema, sob coorientação de Márcia Justo, chefe substituta do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do IOC/Fiocruz. A pesquisa também contou com a contribuição de Simone Cohen, chefe do Laboratório. Integram a pesquisa, ainda, especialistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e do Instituto Federal de Acre.

Os exemplares usados para descrever as novas espécies de helmintos foram depositados na centenária Coleção Helmintológica do IOC/Fiocruz, que completou 110 anos em 2023.

Novas espécies

Especialistas analisam peixe parasitado por helmintos (foto: Acervo pessoal)

 

Os helmintos identificados são dos gêneros Cosmetocleithrum e Anacanthorus. A constatação de que se tratava de novas espécies veio a partir da comparação de aspectos morfológicos.

Do gênero Cosmetocleithrum, foram descritas cinco espécies. Três foram encontradas em peixes Platydoras brachylecis, popularmente chamados de ‘bagres’, comercializados em mercados de São Luís, no Maranhão: Cosmetocleithrum undulatum; Cosmetocleithrum brachylecis; e Cosmetocleithrum ludovicense.

Outras duas espécies foram identificadas em peixes ‘cuiú-cuiú’ (Oxydoras niger), capturados no Rio Juruá, no Acre: Cosmetocleithrum saciforme e Cosmetocleithrum basicomplexum.

Já no gênero Anacanthorus, foram registradas duas novas espécies: Anacanthorus brandtii, presente em peixes comumente conhecidos como ‘pirambeba’ ou ‘piranha branca’ (Serrasalmus brandtii) no Rio São Francisco, em Minas Gerais; e Anacanthorus simpliciphallus, coletada em peixes 'pacu’ (híbrido das espécies Piaractus mesopotamicus e Piaractus brachypomus) adquiridos em mercados de São Luís, no Maranhão.

Além da identificação das novas espécies, os autores também apresentaram dados inéditos sobre características morfológicas e biogeografia das espécies Cosmetocleithrum leandroi, Cosmetocleithrum akuanduba e Cosmetocleithrum confusus.

Homenagem aos maranhenses

A espécie Cosmetocleithrum ludovicense recebeu esse nome em homenagem às pessoas nativas da capital do Maranhão, cujo gentílico é “ludovicenses”. São Luís possui uma forte tradição na comercialização de peixes e frutos do mar, desempenhando papel significativo na economia local.

As demais espécies foram batizadas de acordo com características morfológicas distintivas ou em referência ao nome de seus hospedeiros.

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