Fiocruz e Servier premiam projetos em neurociência

Com a proposta de destacar projetos em neurociência em temas relacionados ao vírus zika e à neuroinflamação e distúrbios de neurodesenvolvimento, a Fiocruz e o grupo farmacêutico francês, Servier, reconheceram e premiaram no dia 11 de julho os vencedores do 1º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Neurociência. O evento aconteceu no auditório do Museu da Vida, na Fiocruz, Campus Manguinhos, e contou com a presença de pesquisadores de instituições diversas.

Para avaliar os projetos inscritos, o Prêmio reuniu um conceituado comitê científico formado por especialistas da área de saúde de instituições de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, França, Argentina e Uruguai. 

Os vencedores das categorias Neurociência e infecção por vírus zika – Stevens Rehen/Instituto D’Or e UFRJ - e Neuroinflamação e distúrbios de neurodesenvolvimento - Flávia Gomes/ UFRJ - apresentaram seus projetos na cerimônia. Eles receberão, respectivamente, 30 mil euros como reconhecimento pelo trabalho já realizado na temática, e 120 mil euros para o desenvolvimento do projeto inscrito no edital do prêmio.

A solenidade de premiação teve a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e do Diretor Geral da Servier do Brasil, Christophe Sabathier. Para Sabathier, a parceria é resultado de uma atitude de vanguarda na ciência: “Acreditamos no desenvolvimento da pesquisa científica como instrumento para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e sobretudo no potencial brasileiro para inovação em saúde. Queremos através da parceria para o Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Neurociência, reconhecer a qualidade da pesquisa nacional e incentivar seu desenvolvimento.”

Para Nísia Trindade Lima, “o trabalho conjunto com a Servier coloca em evidência as competências internas da Fiocruz e leva em conta as oportunidades de alcance e impacto social frente às conquistas em ciência e pesquisa no Brasil. Ao trazer o nosso melhor para compor esta parceria de sucesso, o benefício é de toda a sociedade.”

Fernando Soares, Christophe Sabatier, Flávia Gomes, Nísia Trindade LIma, Stevens Rehen e Rodrigo Correa

Medicamentos contra o câncer 

O evento também celebrou a assinatura do termo de cooperação técnico-científica para pesquisa de produtos naturais. A Servier e Fiocruz desenvolverão em conjunto um plano de trabalho que visa identificar composto bioativos contra o câncer. 

As unidades da Fiocruz envolvidas neste projeto são o Instituto Rene Rachou (IRR), em Minas Gerais, e o Instituto de Tecnologia em Fármaco (Farmanguinhos) no Rio de Janeiro, que mantém um conjunto de amostras de produtos naturais -  uma extratoteca reunindo amostras de produtos de origem natural de plantas, fungos, extratos, entre outros - que apresentam potencial para o desenvolvimento de medicamentos inovadores sintéticos e/ou semi-sintéticos.

Para o pesquisador titular do laboratório de química de produtos naturais do IRR, Carlos Zani, “a parceria contribuirá para a valorização e preservação da biodiversidade brasileira e do investimento público em Ciência e Tecnologia.”

Segundo Fernando Pontes-Soares, Diretor do Centro Internacional de Pesquisa Terapêutica Servier do Brasil, “o nosso País tem um grande potencial na pesquisa de produtos naturais, e junto à Fiocruz somamos esforços para estabelecer uma cooperação científica para identificar potenciais candidatos a medicamentos inovadores para tratamento do câncer.  A parceria voltada para o desenvolvimento conjunto, envolve transferência de tecnologia e intercâmbio de experiências entre as equipes da Fiocruz e Servier. E o mais importante, o acordo dá a opção de transferência de tecnologia para o SUS dos medicamentos que poderão ser desenvolvidos.”