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Fiocruz e Servier assinam cooperação para medicamentos contra doenças crônicas


10/03/2022

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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A Fiocruz, por meio de seu Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), e o laboratório francês Servier assinam, nesta quinta-feira (10/3), um Memorando de Entendimento para uma cooperação técnica no desenvolvimento de novos medicamentos voltados para o tratamento de doenças crônicas a partir de uma nova plataforma farmacêutica. Trata-se de uma tecnologia inovadora, que consiste na liberação prolongada do princípio ativo no organismo, o que proporciona eficácia, segurança e maior aderência e comodidade aos pacientes. 


Fiocruz e o laboratório francês Servier assinaram um Memorando de Entendimento para uma cooperação técnica em doenças crônicas (foto: Ciro Oiticica)

A parceria prevê, inicialmente, o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças cardiovasculares, como angina, isquemia e hipertensão. Numa segunda fase, já com a expertise adquirida, a nova plataforma poderá ser utilizada também para o desenvolvimento de novas opções de tratamento para doenças negligenciadas, como malária, tuberculose e Aids, por exemplo.

“A nova forma farmacêutica vai nos permitir enfrentar o enorme desafio da baixa adesão ao tratamento de doenças crônicas, como as cardiovasculares, que tem altas de mortalidade e grande impacto para o SUS e para a sociedade, e também as negligenciadas, como a malária tuberculose,  com a liberação mais controlada dos princípios ativos no organismo do paciente, auxiliando na tolerabilidade aos medicamentos para tratamento das doenças, uma vez que, hoje, a principal queixa relativa ao uso dos medicamentos atuais são as reações indesejadas à fórmula”, explica o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.

O projeto é uma extensão da parceria já firmada entre o Grupo Servier e Farmanguinhos/Fiocruz, que teve início em 2017, para a fabricação do medicamento Vastarel 80, para tratamento de isquemia cardíaca que já utiliza a tecnologia de micropellets. Com isso, Farmanguinhos já detém o conhecimento da nova tecnologia, o que deve facilitar todo o processo de desenvolvimento de novos medicamentos.

“O histórico de cooperação em projetos entre Servier e Fiocruz é muito particular. Temos muitas características únicas e complementares. Únicas por serem ambas fundações dedicadas ao progresso terapêutico, à saúde das pessoas. E complementar, pela convicção compartilhada de que a inovação é fruto da cooperação. Estamos convencidos na Servier de que esta cooperação com a Fiocruz traz grande potencial de beneficiar os pacientes no Brasil, simplificando a adesão a um tratamento que pode ser adaptado às suas necessidades, particularmente nas doenças cardiovasculares”, comemora o Presidente do Grupo Servier, Olivier Laureau.

Para o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, a nova plataforma permitirá o desenvolvimento de sistemas de liberação de substâncias inclusive em combinação, e interdependentes, melhorando o perfil de segurança e eficácia de medicamentos. “Com essa nova tecnologia, podemos combinar mais de um princípio ativo na mesma forma farmacêutica. No caso da Aids, por exemplo, poderíamos pensar em desenvolver um medicamento único, para, além de aumentar a tolerabilidade, reduzir o número de cápsulas que hoje esses pacientes devem ingerir”, explica o direto.

Parcerias futuras em oncologia

Além do acordo com Farmanguinhos/Fiocruz, a vinda do Presidente do Grupo Servier, Olivier Laureau, ao Brasil marcará também os primeiros encontros para uma parceria entre o grupo e Bio-Manguinhos/Fiocruz para desenvolvimento de inovação no campo da Oncologia. Neste primeiro momento, estão previstas oficinas envolvendo as equipes de pesquisadores brasileiros e do grupo francês para apresentação e mapeamento de projetos que podem se complementar por meio de cooperação técnica. 

“O objetivo é identificar um ou mais projetos de interesse comum para estabelecer uma parceria entre as instituições, para desenvolvimento conjunto, com ganhos na terapia oncológica e na inovação”, destaca o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma.

Com o câncer se tornando a segunda maior causa de morte no mundo, Servier fez da oncologia uma de suas prioridades, com mais de 50% de seu investimento em pesquisa nesta área. “O Grupo concentra seus esforços em câncer, naqueles difíceis de tratar, para grupos específicos de populações, como câncer do sistema disgestivo, hematológicos e pediátricos”,  esclarece Matthieu Fitoussi, Diretor Geral da servier do Brasil. “Temos grande convicção de que a parceria com Bio-Manguinhos/Fiocruz na oncologia será muito importante para o avanço de pesquisas que beneficiarão os pacientes no Brasil”.

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