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Fiocruz Bahia lança projeto para incentivar interesse de meninas pela ciência

Participantes do evento promovidos pela Fiocruz Bahia reunidos na entrada do auditório

14/02/2020

Fonte: IGM/Fiocruz Bahia

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Foi celebrado na terça-feira, 11 de fevereiro, o Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, na Fiocruz Bahia. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), junto com a UNESCO, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil que promovem o acesso e a participação de mulheres e meninas na ciência. Na ocasião, foi lançado o projeto Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro.

A iniciativa, organizada pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Isadora Siqueira e Natália Tavares, tem como objetivo incentivar meninas de escolas públicas de Salvador a conhecer e a se interessar pelas áreas de ciência e tecnologia a partir dos exemplos de atuação de mulheres na ciência visando inspirar essa vocação, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas atividades em áreas de ciência da saúde.

Cerca de 75 meninas serão selecionadas para participar do evento a ser realizado nos dias 16 e 17 de abril, na Fiocruz Bahia, quando serão realizadas palestras com mulheres reconhecidas, nacional e internacionalmente, que realizarão um levantamento histórico sobre mulheres brasileiras na ciência, bem como de suas trajetórias profissionais, de maneira a influenciar na projeção futura dessas meninas na ciência. Também serão realizados workshops com temas diversos, ministrados por pesquisadoras e com a participação de alunas dos Programas de Pós-graduação, da Iniciação Científica e meninas do Programa de Vocação Científica (Provoc).

O lançamento contou com a presença da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, e as vice-diretora de Ensino e Informação, Patrícia Veras, e da vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Camila Indiani. A diretora destacou a importância do projeto para promover a igualdade de gênero na ciência e superar todos os desafios. “Ser mulher na ciência é difícil, precisamos enfrentar vários desafios, mas isso não pode tirar o brilho das nossas conquistas”, ressaltou Marilda Gonçalves.

Patrícia Veras comentou sobre o papel da Fiocruz Bahia no caminho a ser seguido para a equidade de gênero, contribuindo para a formação em ciência, tecnologia e inovação em meio ao protagonismo feminismo pungente. Em sua fala, Camila Indiani trouxe conselhos que cientistas mulheres deram para as futuras gerações em evento da Revista Nature, como se espelhar nos exemplos que vieram antes e abriram os caminhos para que mais mulheres pudessem fazer ciência hoje em dia.

O evento contou com a presença do diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, que disse estar muito feliz em participar do encontro como pesquisador de uma instituição que é dirigida por uma mulher, Nísia Trindade, presidente da Fiocruz nacional, desde 2017. A COC é a unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz dedicada à preservação da memória da Fiocruz e às atividades de pesquisa. Em sua apresentação, Paulo trouxe a história da presença feminina na Fundação desde os primeiros momentos e o pioneirismo de algumas pesquisadoras, que farão parte do projeto nacional da Fiocruz Mulheres na Fiocruz: Memórias, Trajetórias e Contextos.

Ações governamentais

Em um segundo momento, foi realizada uma mesa redonda com a presença de representantes de secretarias do governo do estado da Bahia, que promovem ações voltadas para a valorização das mulheres nos campos de ciências e, também, pela igualdade racial nesta área. A secretária Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, falou da importância extrema de ações que contemplem a inclusão de mulheres negras na ciência. Shirley Costa, coordenadora do projeto Ciência na Escola (Secretaria de Educação do Estado da Bahia), mostrou em sua apresentação as ações promovidas nas escolas públicas para incentivar o interesse por ciência e trouxe resultados envolvendo alunas, como o Projeto Minas na Ciência, de São Miguel das Matas (BA) e a equipe Educa Girls, de Jacobina (BA), que conquistou a etapa regional do Technovation Challenge Brazil, em 2018, competição de desenvolvimento de aplicativos para meninas de 10 a 18 anos.

No campo da tecnologia e inovação, estavam presente ao evento, Mara Souza, assessora da Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Adélia Pinheiro; Sahada Luedy, Diretora de Políticas e Programas, da Superintendência de Desenvolvimento Cientifico da SECTI, responsável pela Popularização da Ciência, e Ilnah Oliveira, Coordenadora de Políticas e Programas da Superintendência de Desenvolvimento Científico da SECTI.  

As representantes da SECTI enfatizaram a importância da parceria com a Fiocruz Bahia e mencionaram o edital de pesquisa sobre anemia falciforme e outros agravos da população negra, que foi lançado no final de 2019. O edital visa a implantação do Centro de Referência em Doença Falciforme, e terá cotas para mulheres e negros.

Julieta Palmeira, Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, destacou como o patriarcado atinge as mulheres em diversos ramos do conhecimento e como o grau de invisibilidade da mulher na ciência tem ligação com o grau de desigualdade de gênero, que é ainda muito forte. “O grande desafio não é apenas superar o número, pois a porcentagem de mulheres pesquisadoras é ainda baixa, e sim ter a presença feminina na chefia de grupos de pesquisas”, afirmou.

Ivanilda Amado, da Diretoria de Políticas para o Ensino Superior, da Secretaria Estadual de Educação, representou o Sr. Jerônimo Rodrigues, Secretário de Educação. A Sra. Ivanilda ressaltou o objeto da sua tese de doutorado, onde pesquisou mulheres negras intelectuais no campo da educação, mulheres que pavimentaram e lutaram por políticas afirmativas, possibilitando que tantas outras tivessem acesso à educação, principalmente em nível superior.

Além das autoridades presentes, o evento contou com a presença das coordenadoras dos cursos de pós-graduação, Valéria Borges (PGPAT) e Theolis Barbosa (PGBSMI) e de vários pesquisadores da Fiocruz Bahia. Também marcaram presença, Emília Machado, diretora da Associação que leva seu nome, e os estudantes que desenvolvem o projeto Jovens Pensantes.

Como desdobramento do evento, a secretária Julieta Palmeira organizará uma reunião congregando as secretarias e outras instituições do estado da Bahia para que sejam discutidas estratégias que propiciem a continuidade do projeto.

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