17/04/2014
Fonte: Informe Ensp
Pesquisadores, alunos e colaboradores do Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Empreendimentos da Escola Nacional de Saúde Pública (LabMep/Ensp/Fiocruz) estiveram no município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em companhia de diversos secretários municipais, para a exposição do projeto Aprender fazendo, voltado para a qualificação de 500 profissionais de saúde da região.
A proposta do curso é resultado do Plano de Monitoramento Epidemiológico que a Ensp realiza nas áreas influenciadas pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), e alia a experiência da Escola nos campos do desenvolvimento social e da gestão da atenção básica. A iniciativa tem participação dos pesquisadores dos departamentos de Endemias, Administração e Planejamento e Saúde e Ciências Sociais, além da Escola de Governo em Saúde da Ensp e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O projeto Aprender fazendo ocorre num momento em que Itaboraí vive um grande processo de transformação gerado pelo convívio com o Comperj. Para o secretário de saúde do município, Edilson Francisco dos Santos, essa é uma razão para que Itaboraí se cerque de parceiros e não seja “atropelado” pelas consequências trazidas por grandes empreendimentos com o porte do Complexo. “O desenvolvimento não pergunta se o município está preparado para recebê-lo. Por isso é fundamental estabelecer parcerias com instituições como a Fiocruz e as universidades Federal e do Estado do Rio de Janeiro, além da Universidade Federal Fluminense, com o objetivo de compartilhar conhecimentos”, afirmou o gestor.
O coordenador do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj da Ensp, Luciano Toledo, lembrou os impactos e contrastes do empreendimento, que devem servir de alerta para pesquisadores e gestores da região. “Sabemos que um Complexo do tamanho do Comperj trará riquezas para a região, mas também deixará os pobres em situação mais vulnerável. Nós, enquanto Fiocruz, temos que pensar na melhoria da qualidade de vida da população. Queremos contribuir na geração de conhecimento para os profissionais dos municípios envolvidos”, declarou o pesquisador.
O projeto Aprender fazendo consiste na realização de uma série de cursos de formação para agentes comunitários de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos da Atenção Básica. Cada parceiro da iniciativa será responsável por algum público específico. A Fiocruz se responsabilizou pela oferta de 25 vagas para curso de pós-graduação voltado para médicos e enfermeiros com uma carga horária de 400 horas. O curso terá duração de 12 meses e vai abordar temas envolvendo planos municipais de saúde e desenvolvimento social, que serão monitorados pela Ensp.