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Fiocruz alcança mais dois marcos no combate à Covid-19

22/06/2021

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

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A Fiocruz acaba de atingir dois novos marcos em suas ações de combate e enfrentamento à pandemia. Com a atuação somada das quatro centrais de testagem de RT-PCR, foi alcançado o número de 7 milhões de amostras processadas. No mesmo período a Fundação concluiu o compromisso, firmado em 2020 com o Ministério da Saúde (MS), de entregar 11,7 milhões de testes moleculares para Sars-CoV-2. O Escritório de Apoio à Gestão Operacional da Cadeia de Testagem de RT-PCR, que coordena todo o planejamento e o controle do processamento nas centrais de testagem da Fiocruz, a logística de amostras biológicas e de insumos críticos e a gestão de dados e informações gerenciais de apoio à Rede de Vigilância, comemora os dois marcos e vai apoiar duas outras iniciativas estratégicas em 2021.

Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 no campus da Fiocruz em Manguinhos (Foto: Peter Ilicciev)

 

 

As iniciativas são a Rede Genômica Fiocruz e a Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde (CGLAB/DAEVS/SVS) do Ministério da Saúde. Ambas fazem parte de um projeto do MS e da Fiocruz de “ampliar e integrar o monitoramento do surgimento e da disseminação de novas variantes de preocupação (VOCs) em território nacional”, comenta a coordenadora do Escritório, a bióloga Camila Guindalini.

Das quatro centrais de grande processamento coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz, duas são diretamente administradas pela Fundação (uma no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e outra na unidade do Ceará), chamadas de Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (Unadig). As outras duas, em São Paulo e no Paraná, são fruto de parcerias, respectivamente, como o Centro de Diagnóstico Emergencial (Rede Dasa) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). “Trata-se de um conjunto de plataformas automatizadas, dotadas de equipamentos de alto teor tecnológico que permitem ampliar o processamento em larga escala de amostras de pacientes com suspeita de Covid-19”, explica Camila Guindalini. 

As centrais foram construídas por iniciativa do MS, com apoio da Fiocruz, para apoiar a ampliação da testagem na rede de vigilância e já receberam amostras de 23 unidades da Federação e atenderam 48 instituições (Lacen, laboratórios municipais, prefeituras, instituições regionais etc) até o momento. “A operação em larga escala das centrais possibilita o processamento de alto volume de amostras, de forma extremamente rápida e precisa”, afirma a líder-executiva do Escritório, a engenheira de produção Maria Clara Lippi. A operação é ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana, e teve início em abril (Dasa e IBMP), julho (Rio de Janeiro) e agosto (Ceará) de 2020.

Outro ponto importante é que a Fiocruz faz o transporte das amostras, retirando-as nos laboratórios e entregando-as nas centrais, com um nível de serviço de até 24 horas. Os dados consolidados mais recentes, até final de maio, mostram que ocorreram 3.828 operações de transporte de amostras biológicas, com um total de 99 toneladas transportadas. Até 12 de junho, a Fiocruz enviou 14,2 milhões de kits de coleta de amostras para todos os estados, além de 7,5 milhões de kits de extração e 20,1 milhões de testes RT-PCR.

De acordo com Maria Clara, as centrais têm capacidade operacional de até 280 mil amostras por semana, com utilização média de 70%. “A capacidade operacional de todas as centrais permite pronta resposta às demandas, principalmente na absorção dos picos de testagem, que requerem resposta dinâmica e sem impactos relevantes no tempo médio de processamento”, diz a engenheira.

Maria Clara observa que todas as etapas de processamento das amostras, desde que elas são recebidas na Fiocruz, podem ser acompanhadas online. “É um tour virtual que apresenta todo o processo, do recebimento da amostra até a análise dos resultados”. O sistema de comunicação entre as diferentes salas de processamento foi projetado com base nos princípios de biossegurança e na dinamização das etapas. Além da rapidez do processo, o sistema minimiza os riscos e preserva a integridade do material.

Segundo Camila, o trabalho começa com uma operação manual de conferência e organização. “Esse recebimento prepara e padroniza as amostras para serem processadas no fluxo analítico automatizado. As amostras passam então por um processo de extração em que de fato se separa o material genético, que é o interesse específico da análise. Em seguida, esse material é submetido à etapa de RT-PCR, onde será amplificado e posteriormente analisado, verificando se a amostra é positiva ou negativa para Sars-CoV-2, detectável ou não detectável. O tempo de processamento médio das amostras desde seu recebimento em uma das quatro centrais de processamento até a liberação do resultado é de 17 horas", observa a coordenadora. 

Maria Clara lembra que todo as iniciativas para enfrentamento da Covid-19 conduzidas pelas Fiocruz, na linha de diagnóstico tiveram início em fevereiro de 2020, quando o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), em parceria com o Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), desenvolveram um kit molecular para o diagnóstico da Covid-19, antes mesmo da decretação da pandemia. Em 40 dias o produto foi desenvolvido e 8 dias depois da confirmação do primeiro caso da doença no Brasil, a Fiocruz já passou a fornecer o produto ao SUS. Houve ainda um grande esforço de capacitação da rede de vigilância, visando sua utilização.

Os kits foram registrados pela Anvisa em maio de 2020, quando a produção foi escalonada e elevada para 250 mil testes por semana. Esses aspectos demonstram não só a celeridade do processo de desenvolvimento como também a oferta ao mercado. Houve então a celebração de um compromisso de fornecimento de 11,7 milhões de testes ao Ministério da Saúde, o número que foi atingido recentemente. A partir daí entrou-se em outro compromisso, que visa atender o MS com outros 6 milhões de testes para todo o país.

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