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Entrevista: psicóloga comenta os desafios no cuidado de crianças gêmeas


28/08/2013

Por: Suely Amarante / IFF / Fiocruz

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O desafio de criar filhos é grande. No caso de gêmeos, tudo se multiplica: o cansaço, as preocupações, o trabalho e os custos financeiros, mas também é uma alegria em dose dupla. A psicóloga do Serviço de Psicologia Clínica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Lália Dayse Farias de Oliveira, esclarece algumas dúvidas sobre os aspectos psicológicos dos gêmeos.

A chegada de duas crianças ao mesmo tempo pode comprometer o desenvolvimento delas caso os pais tenham dificuldades em lidar com a criação simultânea?

Acreditamos que sim, uma vez que os pais normalmente esperam que da gravidez resulte o nascimento de um único bebê. Ao se depararem com a confirmação de uma gravidez gemelar, as ansiedades e expectativas aumentam, especialmente porque novas formas de organização precisam ocorrer dentro da família para que os bebês sejam bem recebidos. A relação do casal, se vivida de forma harmoniosa, poderá contribuir na educação; opiniões, decisões e atitudes tomadas com relação a este aspecto devem ser as mais coesas possíveis, possibilitando segurança e confiança por parte das crianças, nas figuras parentais.

Os desafios educacionais aumentam no caso de gêmeos idênticos? Exigem mais atenção por parte dos pais?

Educar é um processo difícil. Não importa se é para um ou para mais de um filho. Não existe um modelo pronto para educar. No caso dos gêmeos idênticos o que devem ser evitadas são as comparações de um com o outro. Eles podem ser semelhantes fisicamente, mas são dois sujeitos distintos. O que não se deve entrar em pauta é o julgamento de valores e sim o respeito e a livre expressão de opinião que cada ser individualmente.

Quais são os erros mais comumente cometidos por pais de gêmeos?

O tradicional hábito de vesti-los iguais pode ser considerado um deles. No entanto, poderíamos nos interrogar: estaria certo ou errado? O que se deve fazer é ficar atento para o que a criança sinalize. O certo e o errado estão no comportamento que a criança vai expressar na relação com os pais à medida que vai atingindo as etapas do desenvolvimento emocional e de sua percepção acerca do mundo e dos que estão a sua volta. Com relação aos erros, eles podem ocorrer naturalmente e podem também ser corrigidos. O importante é que a criança possa novamente voltar a se sentir confiante e segura.

Quais são as melhores maneiras de evitá-los?

A observação atenta é o melhor guia para os pais se posicionarem diante dos filhos. A partir disso, pode-se construir um adulto com recursos para uma vida adaptada ao meio social a que pertence.  Em casos extremos, os pais devem se sentir confortáveis para buscarem ajuda de profissionais especializados.

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