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Ensino, Informação e Comunicação na Fiocruz: balanço de 2013 e perspectivas para 2014


31/01/2014

Danielle Monteiro*

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A Agência Fiocruz de Notícias está dando início a um ciclo de entrevistas com os vice-presidentes da Fundação. A ideia é que os gestores façam um balanço das atividades de 2013 e apontem as perspectivas para 2014. A primeira entrevistada é a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Nísia Lima. Nesse bate-papo, ela conta quais foram os destaques no campo de ensino da Fundação e revela como a instituição pretender enfrentar os principais desafios na área.

AFN: Quais foram as ações de destaque na área de ensino da Fiocruz no ano de 2013?

Nísia: A Fiocruz, através de suas unidades, programas e projetos institucionais, participa ativamente das iniciativas no campo da formação de recursos humanos altamente qualificados para o sistema de C&T& I em saúde no país, e na formação de recursos humanos para o SUS, que promovam maior integração academia-serviços de saúde.

Um dos principais destaques de 2013 consiste na avaliação positiva de nossos programas de pós-graduação pela Capes. Este ótimo resultado decorreu do empenho e comprometimento de docentes, discentes, coordenadores de pós-graduação e gestores, que têm se dedicado à excelência acadêmica na instituição e entendem sua importância para o papel estratégico da Fiocruz na ciência, tecnologia e inovação, componente essencial do SUS.  A criação de mecanismos de indução que fortaleçam as relações entre a pós-graduação e programas prioritários do Governo Federal teve destaque em 2013, por meio da participação da Fiocruz no plano Brasil Sem Miséria, através do estímulo a projetos de doutorado e pós-doutorado que contribuam para os seus objetivos.

No que se refere à formação de recursos humanos para o SUS, o principal destaque foi a criação de uma coordenação específica: a Coordenação de Formação de Recursos Humanos para o SUS. A proposta é promover a participação integrada das unidades da Fiocruz nesse esforço de qualificação dos trabalhadores do SUS e de educação permanente, além de contribuir para a consolidação do UNA-SUS como sistema de formação em grande escala no campo da saúde, em consonância com programas prioritários como o Programa de Valorização da Atenção Básica e o Mais Médicos.

Em relação aos cursos voltados à consolidação da presença nacional da Fiocruz, merecem destaque as ações de ensino no Piauí, que têm por objetivo incrementar a formação de mestres na região, ainda carente de pesquisadores. Do ponto de vista da cooperação internacional no ensino, além da continuidade das ações de cooperação estruturante com países da América Latina e África, teve início  o Curso de Doutorado Internacional em Direitos Humanos, Saúde Global e Políticas da Vida, uma iniciativa que envolve seis programas da Fiocruz e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

AFN: Quais são as perspectivas para 2014 na área de ensino?

Nísia: A Fiocruz e a sociedade brasileira vivem um momento de grandes desafios no sentido de ampliação da democracia e de acesso a serviços públicos de qualidade. Os desafios na área de ensino devem ser enfrentados institucionalmente tendo em mente essa premissa. A perspectiva é de um trabalho mais integrado com as unidades, o que deve se verificar nos dois eixos que estruturam as atividades de ensino na Fiocruz: formação de recursos humanos altamente qualificados para o sistema de C&T& I em saúde no país; e formação de recursos humanos para o SUS, que promovam maior integração academia-serviços de saúde.

AFN: Quais são os desafios da área de ensino para 2014?

Nísia: Em relação à formação de recursos humanos altamente qualificados para o sistema de C&T& I em saúde, devemos consolidar o Programa de Excelência no Ensino com iniciativas que favoreçam a produção científica docente e discente, a cooperação internacional, as ações de solidariedade social e o compartilhamento das boas experiências.  Ao mesmo tempo, devemos ampliar nosso papel no sentido de propor novos indicadores de avaliação que correspondam à missão institucional da Fiocruz.  No que se refere ao debate contemporâneo sobre C&T&I, permanece no horizonte o grande desafio de aproximar a pós-graduação das ações relacionadas à Cadeia de Inovação na Fiocruz. Temos ainda que caminhar no sentido de um Sistema Integrado da Pós Graduação da Fundação, com ênfase no papel nacional da instituição.

Quanto às ações voltadas para a educação e trabalho em saúde, nosso desafio é ampliar a participação das unidades da Fiocruz no âmbito do Sistema UNA-SUS, uma vez que a Fiocruz exerce a Secretaria Executiva do sistema. Nesse campo da educação lato sensu, temos a especificidade de não sermos, do ponto de vista da classificação do MEC, uma instituição de ensino superior, o que vem gerando dificuldades no processo de titulação, as quais esperamos superar a partir das ações desenvolvidas junto ao Conselho Nacional de Educação e ao MEC.

Teremos ainda que lidar com o desafio de contribuir para o fortalecimento de duas redes centrais para a formação dos trabalhadores do SUS: a Rede de Escolas de Saúde Pública e Centros Formadores e a Rede de Escolas Técnicas do SUS. A sustentabilidade das redes internacionais, em particular as que expressam o princípio da cooperação Sul-Sul, também constitui um desafio permanente para as ações de ensino. Precisamos ainda promover um trabalho articulado nas áreas de informação e ensino por meio da implementação do Campus Virtual Fiocruz, projeto que tem por objetivo agregar informações e recursos educacionais de nossos programas de ensino.

*Com a colaboração de Cristina Guilam

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