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Ensino e profissão médica no Brasil imperial é tema de livro de pesquisador da COC

Foto de divulgação do livro

08/06/2015

Fonte: COC/Fiocruz

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As reformas do ensino médico e a profissionalização da medicina na corte do Rio de Janeiro na segunda metade do século 19 foram tema de dissertação de mestrado do historiador Flavio Edler, defendida em 1992. Decorridos mais de 20 anos, a grande circulação da obra em cópias xerográficas e a frequência com que ainda é citada – o que atesta sua atualidade e originalidade – levaram o autor a publicá-la em livro a convite da Editora da Universidade Federal do ABC sob o título Ensino e profissão médica na corte de Pedro II.

Além de ressaltar o caráter social da ciência e sua dimensão histórica em oposição à visão positivista, Edler apresenta um contraponto a duas perspectivas recorrentes na literatura recente sobre o tema. Primeiramente, para o historiador, as elites médicas do período não detinham o nível de poder que alguns autores pressupunham na condução das políticas voltadas para a saúde pública, a formação profissional e o exercício da prática médica.

Em segundo lugar, Edler aponta a permanência de uma visão positivista no critério de periodização adotado por alguns autores, que apresentavam a criação do Instituto Oswaldo Cruz, no começo do século 20, como um divisor de águas que deixara para trás os valores e práticas anticientíficas da medicina do Império. Na avaliação dele, esta é uma visão dicotômica que aposta retórica antimonárquica dos republicanos e supõe a existência de uma fase não-científica do saber médico.

Em seu estudo, Edler dedica-se aos movimentos corporativos conduzidos pelas elites médicas da Corte do Rio de Janeiro que resultaram nas duas reformas fundamentais do ensino médico durante o reinado de Pedro II. A de 1854, que resultou na criação dos primeiros estatutos das faculdades de medicina do Império, trazia um projeto pautado pelo modelo anatomoclínico, inspirado nas instituições médicas da França napoleônica. Já o modelo que emergiu a partir da reforma empreendida 30 anos mais tarde, pautava-se pelo padrão germânico – oposto ao primeiro -, marcando a introdução dos estudos práticos das disciplinas clínicas e experimentais e a quebra do monopólio da formação profissional pelas faculdades do Rio e de Salvador.

Leia a íntegra da matéria na última edição da Revista de Manguinhos, disponível para download na Agência Fiocruz de Notícias.

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