Distrito paulista registra elevada taxa de hepatite C

Distrito paulista registra elevada taxa de hepatite C

Profissionais de saúde do distrito de Botafogo, no município de Bebedouro (SP), começaram a detectar um grande número de moradores infectados pelo vírus da hepatite C. A situação demandou uma pesquisa, desenvolvida por uma equipe da Universidade de São Paulo (USP) e da Fiocruz. Os resultados chamam a atenção: a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite C na comunidade de Botafogo é de 8,8%, bem superior à taxa mundial (3%) e à nacional (entre 2,5% e 4,9%). O valor encontrado no distrito paulista supera as prevalências na Europa e nas Américas, e é próximo ao verificado em países da África e Ásia. Os resultados do estudo estão na última edição do periódico Cadernos de Saúde Pública.

Além de medirem a prevalência do vírus da hepatite C, os pesquisadores também investigaram os possíveis fatores que poderiam estar relacionados à alta taxa de infecção observada naquela comunidade. Uma série de fatores tradicionalmente associados à hepatite C – como relacionamento conjugal instável, residência em área urbana e uso de drogas ilícitas endovenosas – foram descartados, porque não condiziam com as características predominantes na população do distrito de Botafogo.
 
Nessa comunidade, as principais variáveis que se mostraram associadas à hepatite C foram pertencer ao sexo masculino, já ter usado medicações com seringas não descartáveis e morar no distrito há mais de 30 anos. Estes dois últimos fatores, de acordo com os autores, sinalizam “a possibilidade de que a disseminação do vírus nessa comunidade tenha se dado há algumas décadas, através de injeções com material contaminado”.

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