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Dissertação de mestrado analisa a relação entre saúde e candomblé


07/02/2014

Fonte: Icict/Fiocruz

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Investigar as narrativas de doença e analisar como o sofrimento psíquico (com ênfase em depressão e suicídio) é construído, compartilhado e percebido entre os adeptos do cancomblé foi um dos objetivos da psicóloga Clarice Portugal, com a sua dissertação de mestrado, defendida em 28 de janeiro, no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Icict/Fiocruz.

Com o título Da linguagem dos infortúnios às narrativas de doença: o sofrimento psíquico e a construção de itinerários terapêuticos entre adeptos do candomblé, a  pesquisa considerou as múltiplas inserções sócio-institucionais e os itinerários de informação e conhecimento dos sujeitos entrevistados para analisar a construção pessoal e social da doença mental nos “axés” (terreiros). Como metodologia, Clarice visitou três terreiros de candomblé e entrevistou 11 pessoas, entre homens e mulheres, de 19 a 50 anos, com grau de instrução variando do nível médio à pós-graduação e que já tenham frequentado o serviço público de saúde.

Entre as análises apresentadas a partir do estudo, a pesquisadora chama a atenção para o fato de que os sintomas difusos do sofrimento psíquico levam a uma dificuldade de diagnóstico nos espaços de atendimento médico. Com isso, como não há muito espaço na esfera da saúde para lidar com tal sofrimento, “as casas de candomblé acabam sendo um lugar onde este é acolhido e tem a possibilidade de ser resignificado, transformado e, muitas vezes, até finalizado”, ressalta Clarice.

O trabalho aponta, entre outros aspectos, que deve haver um estreitamento na relação dos serviços de saúde com os campos das religiões afro-brasileiras, onde várias instituições, como a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), já vêm atuando, por meio da realização de seminários e encontros sobre saúde nos terreiros de candomblé.

Leia mais sobre a pesquisa em matéria publicada no site do Icict.

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