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Da Leopoldina a Paraty, Cultura e Promoção da Saúde em defesa do SUS


01/12/2023

Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)

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Primeiro de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, é uma data marcada por ações de diversos setores da saúde para marcar a importância de manter vivo o debate sobre a prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis. Nesta sexta, 1/12, o tema será abordado no Festival Rock 100 Fronteiras, um evento cultural que reunirá cerca de 10 artistas, coletivos e pesquisadores da Zona de Leopoldina na Biblioteca Parque de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a partir das 13h. Com realização do Grupo 100% Suburbano e apoio da Cooperação Social da Fiocruz, o encontro encerra a programação do Viradão Cultural Suburbano, que desde outubro deste ano integra a agenda cultural oficial do Rio de Janeiro e tem como objetivo reconhecer e fortalecer a atuação de artistas e fazedores de cultura suburbanos da região da Leopoldina, Zona Norte do Rio de Janeiro.


Roda de samba na Quadra da GRES Manguinhos foi parte da programação do Viradão deste ano.

O Viradão Cultural Suburbano nasceu do Seminário Diálogos Suburbanos, acontecido há cinco anos, e buscou mapear a produção cultural dos artistas da região. “Queríamos acabar com essa ideia colonial de que quem vive no subúrbio é inferior a quem vive em outras regiões da cidade porque isso influencia o nível dos serviços públicos que são disponibilizados para essa população”, explica Claudio Jorge sobre a importância dos movimentos culturais da região. “Queremos valorizar e fortalecer quem produz arte aqui porque o que fazemos é valiosíssimo. Se fosse possível apagar da história as nossas criações, a cultura brasileira como um todo seria impactada. Quem seria o samba sem a Mangueira?”, brinca. O evento agora integra uma das linhas de atuação do projeto Promoção da Saúde, Cultura, Cidadania e Populações Vulnerabilizadas, mobilizado pelo Grupo 100% Suburbano, a Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e a Casa de Oswaldo Cruz. Para acompanhar as ações, visite a página do evento nas redes sociais.

“Quando fazemos um encontro de rock em uma Biblioteca Parque estamos fortalecendo os artistas e estimulando um senso de pertencimento  por parte da população local. Só aí a gente já entende que é também promover saúde”, explica Anna Beatriz Almeida, uma das coordenadoras do projeto e pesquisadora do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (Depes/COC/Fiocruz). “Com as rodas de conversas sobre DSTs e um momento de festa e celebração, estamos fazendo uma formação cidadã que precisa ser vista como uma contribuição para o bem viver das pessoas e para a defesa do SUS”, argumenta a historiadora.


Peça teatral no C.E. Clovis Monteiro fez parte da abertura do Viradão.

Estão previstas ainda como ações culturais do projeto: a criação de uma Camerata de Cordas da Leopoldina; o estabelecimento de um estúdio-escola na Casa Viva, da Rede CCAP, em Manguinhos; passeios que apoiarão a ocupação do espaço público da cidade por pessoas idosas suburbanas; o fortalecimento das ações do Reduto Pixinguinha (Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro); e ações de prevenção às DSTs durante o pré-carnaval. Além disso, uma das linhas de trabalho visa estabelecer e sistematizar indicadores de monitoramento do impacto na saúde dessas ações como uma estratégia de fortalecimento da produção acadêmica sobre a relação entre Cultura e Promoção da Saúde.

Debate ampliado pela Periferia Brasileira de Letras na Flip

Enquanto o Viradão Cultural Suburbano acontecia na Leopoldina, região da Zona Norte do Rio de Janeiro, um dos coordenadores do projeto Promoção da Saúde, Cultura, Cidadania e Populações Vulnerabilizadas estava representando a Fiocruz na Festa Literária de Paraty (Flip). Felipe Eugênio, pesquisador da Cooperação Social e também coordenador da Periferia Brasileira de Letras, esteve em duas mesas e na articulação da Casa da Favela, parte da programação da Flip.

“Nossa presença na Casa da Favela teve um caráter conferencial. Conseguimos avançar de debates internos dos projetos ou de conversas entre a Fiocruz e o Ministério da Cultura para convocar outras organizações, coletivos e artistas de territórios de favelas a debaterem conosco a contribuição da Cultura para a Promoção da Saúde”, valorizou Felipe. “A Casa Favela é uma iniciativa dissonante ao caráter de mercado e ainda elitista que se vê num evento como a Flip. Ela foi reconhecida como uma forma de acesso dos sujeitos de periferia a esse evento e isso tem a marca da Fiocruz e da Cooperação Social, junto à Agência Notícias de Favela e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj)”, disse.

O projeto Periferia Brasileira de Letras (PBL), aproveitou o contexto do evento e lançou a primeira edição de sua revista literária. A publicação está disponível no site da PBL.

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