Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Creche Fiocruz conclui formação em acessibilidade


21/11/2022

Ascom Cogepe

Compartilhar:

“A acessibilidade passou a fazer parte das conversas lá de casa, empatia é a palavra que fica”, comentou uma auxiliar da Creche Fiocruz no encontro de conclusão da formação Acessibilidade cultural: diálogos e práticas para a educação infantil. “Entendi que acessibilidade é amar e respeitar a importância do outro”, afirmou uma professora. Estes e outros relatos fazem parte das avaliações da formação promovida pelo Museu da Vida para a equipe da Creche Fiocruz, que aconteceu de setembro a novembro de 2022.

O curso buscou qualificar os trabalhadores e trabalhadoras da Creche no tema acessibilidade. Durante dois meses, a equipe da creche participou de encontros dirigidos pelas educadoras do Museu da Vida Hilda Gomes e Bianca Santos Silva Reis, que provocaram a ampliação do olhar para a diversidade e para as pessoas com deficiência. “Trouxemos reflexões, textos, apresentações e dinâmicas. Convidamos pessoas com deficiência para estarem conosco e falarem de seu dia a dia. Buscamos sensibilizar unindo teoria e prática”, explicou Bianca.

Durante a formação, os participantes se deram conta de que poucos sabiam o nome de um colega, que é surdo. “Essa formação ampliou o nosso entendimento e o nosso olhar. Nós vimos o Marcelo, só por isso, já valeu. Agora, o Marcelo bate na janela da minha sala para passar um aviso e entra nas salas de aula conversando com as professoras”, afirmou Silvia Motta, diretora da Creche.

A formação apresentou um breve histórico da deficiência no mundo e no Brasil, abordou as políticas públicas, o movimento de luta das pessoas com deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão. Tratou, ainda, dos tipos de acessibilidade e como elas se desdobram na prática.

Para a auxiliar da creche e psicopedagoga Lucileide Franco, a formação foi esclarecedora. Ela diz que já levou aprendizados à prática. “Tinha o hábito de ajudar uma pessoa com deficiência sem perguntar se queria ajuda. Via um cego parado e já grudava no braço para guiá-lo. Entendi que não posso me pendurar no braço de qualquer forma porque constrange, da mesma forma que me constrangeria se alguém fizesse isso comigo. A gente tem que chegar ao lado e perguntar se quer ajuda. Se a pessoa quiser, ela vai dizer como devo conduzi-la. Não é o fato de uma pessoa ter alguma deficiência que deixa de ser sujeita, crítica, pensante”, salientou.

A professora Danielle Santos de Souza, da unidade da creche no Instituto Fernandes Figueira (IFF), também participou do curso. Para Danielle, ele rompeu com seus preconceitos e a instigou a defender o acesso para todos.

“Vi que a acessibilidade vai muito além do que eu imaginava. A palavra capacitismo, que eu não conhecia, foi bastante utilizada. É um preconceito olhar o outro e achar que ele não vai fazer algo por causa de sua deficiência. Levei essa questão para as minhas vivências, dividi o glossário assimilado. Na creche, fizemos uma sessão de cinema sobre o filme Mudinho, que incentivou o debate sobre a diversidade que vemos no mundo. Em casa, questionei meu esposo sobre a sua loja, se tem rampa de acesso para usuários de cadeira de rodas e máquina de cartão com teclado. O curso rompeu com alguns paradigmas e preconceitos meus”, destacou.

A formação iniciou no dia 5 de setembro e encerrou em 7 de novembro. Segundo Bianca, a atividade inaugura um novo olhar, mais sensível e atento, para a acessibilidade e inclusão. “Ficamos muito felizes quando a creche nos procurou querendo formar seus profissionais no tema. Com eles, conquistamos novos multiplicadores. O que tivemos foi uma sensibilização, um momento de despertar que não deve para aqui”, concluiu.

Fotos: Giana Pontalti

Voltar ao topoVoltar