Conferência internacional discute saúde na América Latina

Pesquisadores, autoridades de saúde e empresários se reuniram no final de outubro, em Miami, nos Estados Unidos, para discutir os impactos da crise econômica para a saúde na América Latina. Promovido pelo jornal Financial Times, o encontro ‘FT Latin America Healthcare and Life Sciences Summit’ discutiu ainda as ameaças de doenças infecciosas, como o Zika, além do avanço de enfermidades crônicas, como a obesidade. Único representante do setor público brasileiro, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino, foi um dos debatedores convidados para o painel sobre agravos transmissíveis.

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, proferiu a palestra de abertura da conferência. Ela lembrou que as doenças infecciosas permanecem como um problema de saúde pública importante na América Latina. Ao mesmo tempo, a região assiste ao crescimento dos casos de doenças não transmissíveis, ligadas a condições como o envelhecimento e a obesidade. Nesse cenário, Carissa ressaltou que as ações do setor público e da iniciativa privada na área da saúde precisam ser convergentes.

Durante o painel ‘Desafios da saúde pública do século XXI na América Latina: Zika e além, o espectro persistente das doenças comunicáveis’, dedicado às doenças infecciosas, Savino ressaltou a importância da preparação para enfrentar doenças emergentes e falou sobre a experiência do Brasil diante da epidemia de Zika. “A comunidade científica e os serviços de saúde brasileiros conseguiram reagir rapidamente, de uma forma que foi reconhecida por entidades internacionais como a Organização Mundial da Saúde. Trabalhando de forma colaborativa está sendo possível gerar conhecimento para entender e enfrentar essa emergência”, destacou. Além de Savino, participaram do debate Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde da OPAS; Peter Sands, presidente da Comissão sobre o Quadro de Risco Global de Saúde para o Futuro, convocada pela Academia Nacional de Medicina americana; e Gary Nabel, vice-presidente sênior e diretor científico da Sanofi. A discussão foi mediada por Paul Rathbone, editor do Financial Times para a América Latina.

Em sua segunda edição, a conferência ‘FT Latin America Healthcare and Life Sciences Summit’ foi voltada para executivos do setor privado, da saúde global, de relações governamentais e investidores que atuam em diversas áreas no campo da saúde, incluindo a indústria farmacêutica, biotecnologia, planos de saúde, organizações de pesquisa e fundos de investimento.